domingo, 28 de fevereiro de 2010

Curtas: Olímpiadas de Inverno

Esporte de macho! Tchê!
Brasileiro tem paixao por inverno... exatamente por nao ter inverno. Meus amigos europeus perceberam isso quando eu cheguei na Alemanha ano passado e ficava 'emocionado' com as árvores sem folhas, dava gritinhos de felicidade quando via patinhos andando em cima das placas de gelo no lago Alster e suspirava "Que lindo!" para paisagens que provocam os mais fortes desejos suicidas/depressivos neles.

Talvez isso explique toda... a popularidade das Olimpíadas de Inverno aqui no Brasil. Eu nao escutei UM comentário sequer sobre qualquer disputa esportiva da parte dos meus amigos alemães, russos e até mesmo canadenses. Meus amigos suecos (que ODEIAM os finlandeses por terem roubado uma medalha neles num move meio Argentina x Inglaterra + mano de díos) também nao comentaram nada sobre o evento.

Enquanto isso... Rio de Janeiro, verão, e na última sexta-feira de noite, meus amigos pararam tudo para assistir... a final de curling feminino!Curling? Definicao da Wikipedia aqui. Minha definicao? Bocha no gelo, com duas equipes, equipadas com vassourinhas e pesos de gelo (pesos feitos de granito somente encontrado na Escócia, como o meu amigo fez questao de deixar BEM claro) - uma equipe joga o peso, e a outra fica esfregando o gelo. Mais emocao numa sexta-feira de noite, impossível (Fernando enche de novo o copo de vodka com Absolut comprada no dutyfree e suspira pensando em todas as loucuras que ele já fez em sextas-feiras nesse horário).

Como comentário positivo definitivamente nao é o meu forte...entao vamos detonaaaar! :D Vao aí algumas impressoes pessoais do evento:

Todo brasileiro vira expert absoluto em qualquer esporte de inverno: Só foi o cara assistir duas transmissões de um esporte qualquer (ludge, curling, hóquei, you name it) e pronto - já virou um especialista total no asssunto. Agora vamos combinar: eu pessoalmente só fui ver neve somente ano passado, quando cheguei em Hamburgo, aos 23 anos. A maior parte dos brasileiros? Creio que jamais chegará a ver. Mas foi só a Record decidir transmitir os Jogos de Inverno (a SporTV já transmitia antes também? Sabe que eu nao lembro?!) que fomos invadidos por um bando de pessoas que sabem TUDO de esportes de inverno. Os locutores televisivos comentam tudo com uma propriedade digna de locutor do interior de Sibéria, criado num ringue de gelo (aliás, locucao esportiva no Brasil nao é ruim... é MUITO ruim! Eu já escutei uns trinta "Esse é um jogo para derreter o gelo!!!". Hellow?). Meus amigos? Praticamente já sabem de toda a história do curling disponível na Internet, e um deles desenvolveu um sonho de levar o Brasil ao topo das disputas de curling no mundo. Why?! Why?!

Relacoes inexplicáveis com países... nada a ver: Estados Unidos é sempre odiado em qualquer modalidade esportiva, independente da estacao do ano (juro que se eu fosse um atleta americano à la Michael Phelps, depois de ganhar nove medalhas e quebrar uns outros tantos recordes olímpicos, viraria para torcida e mandaria um "LOSERS!!!"+dedo médio para todo mundo. Mein Arschloch para espírito esportivo!). Mas dá para explicar brasileiro torcendo para Canadá, Rússia ou Eslováquia? Eu hein!

Embates incríveis... que ninguém sabe pra quem torcer: Brasil (ha ha ha) tem chance nenhuma mesmo. Se for apelar para a solidariedade latino-americana, também nao funciona muito nao. #Comofas entao? Nas outras competicoes esportivas, minha mae tem uma técnica muito boa: quando o Brasil nao está envolvido, torce para o país mais pobre. Aí já viu: é a minha mae deprimida porque Camarões perdeu da Itália, Ira empatou com Espanha. Mas Olimpíadas de inverno apresenta um problema sério para ela: para quem torcer em embates do tipo Suécia x Noruega? Ou Estados Unidos x Japao? Para mim é fácil: país escandinavo, estou eu lá com capacetinho de viking torcendo - tenho muito amigos em Estocolmo, devo isso a eles! - e ainda grito "Vai Suéeecia! Mete no c* desses subdesenvolvidos!!!". Alemanha rola (ninguém gosta muito da Alemanha, né? Tadinhos). O resto? Vai para equipe que tiver mais gatos. :D

Momentos "Bibas on Ice": Confesso - eu acompanhei as competicoes de patinacao no gelo. Todas. Vibrei quando Johnny Weir entrou no ringue de patinacao (nao adianta: torco para viado meeesmo! Team bee ALWAYS!). Achei Lysacek diva: Vera Wang na final? Arrazo! Mas o meu favorito nao ganhou a droga da medalha de ouro: Stephane Lambiel. Ele é fofinho, é suíço, teve o mega insight de deixar o cabelo dele mais grande para dar efeito mais power na coisa em que ele arrasa: o twist (em outras palavras: aquele movimento trava-batendo-cabelo-moito-loca). Muito foda. O vídeo da apresentacao dele esta aqui. O blog do cara? Aqui (detalhe: dá uma olhada no guestbook do cara e vai contando as mensagens de brasileiros. O meu lado bonzinho achou fofinho. O meu lado mau achou meio Sonhos de Luciana. :D).
E o "momento da nota" meets Chinese Democracy: Sabe aquele momento em que o patinador sai muito do puto por ter catado um cavaco fudido quando tentou fazer o axel quádruplo, mas fingindo um sorriso "Ai, to tao confiante que fiz um bom trabalho!"? Ai chega o treinador/treinadora, pega o atleta pega maozinha e vao sentar naquele banquinho onde ele vai ter que ficar continuando sorrindo e mandando sinais de S2 para a camera? Se for um atleta europeu, o treinador vai dar um abracinho no cara meio que "Ah, relaxa... Voce passa umas férias em Marbella e tudo passa!". Se for um atleta americano, a invariável treinadora de algum país ex-república soviética (com uma cara de macho do caralho) vai dar um tapinha nas costas meio que falando "Tu és um babaca! Vai repetir esse movimento até o gelo furar... mas ok!". Mas já perceberam a tensao no ar quando o atleta é chines? Os olhinhos puxados arregalados de medinho. As maozinhas tremendo. O treinador do lado(sempre com cara de espiao do PCC), sem esbocar absolutamente reacao nenhuma. Nao dá a impressao que ele fica falando baixinho pros atletlas "Errou o triple axel, né? Se nao se classificar vai passar o resto da tua vida colocando cabelinho em cabeca de Barbie falsificada!"?

Curtas: It's fun to stay at Felicitá!

Num primeiro instante, achei óonn: primeiro condomínio fechado da casas populares GLS em Suzano (Mas nao teria mais mercado em Campinas, hein?). Aí, a reflexão: árvores de amora e ameixa em frente a cada casa, why?! Mais gay do que isso só plantando... lichia e pitaya! Acharia digno! Depois, a revolta: porra, 48,50m²?! Sacanagy com as bees: onde vai ter espaco para os boxes com as temporadas completas que todo viado tem que ter (you know, the essentials: Sex and the City para os momentos buaaaaá-eu-vi-ele-beijando-aquela-bicha-uó-no-cantinho-da-buati, Queers as Folk para se inspirar no Brian antes de cair no perigón, Will&Grace para assistir junto com a amiga fag hag...)?! E os poodles? (apesar de que poodle is so 1998: golden retriever parece ser o new gay dog, néam? Acho escroto: poodle É gay por essencia - afinal dá para imaginar o conceito de poodle macho? Golden retriever é simplesmente hetero demais... Poodle é Priscilla The Queen of Desert. O máximo que um golden retriever consegue ser... é Brokeback Mountain, e olhe lá!). E por último, invejinha business: no dia em que puder assinar profissionalmente o meu nome no estilao que Douglas Drumond  fez (com direito a fundo com fotinho tipo business bitch), cheguei no topo.

Acho o conceito do produto válido. Afinal todo mundo sempre fala de mercado gay, pink money... mas alguém já tinha visto mesmo uma aplicacao prática desse conceito? Quase sempre fica naqueles produtos voltados para o ideal do Viado Personnalité (you know: viado tipo Anderson Cooper, advogado/publicitário/analista, 30-40 anos, morador dos Jardins em SP/ Ipanema-Leblon no Rio, viaja ao exterior 3 ou 4 vezes por ano, com ao menos uma camisa Abercombrie&Fitch no guarda-roupa, tem/teve/ja pensou em ter um Fiat Stilo na garagem...), o que assume proporcoes ainda mais surreais e fora-da-realidade em uma sociedade desigual e em desenvolvimento como a nossa. Qual a porcentagem de gays que efetivamente podem ser considerados como público-alvo de produtos como "cruzeiro gay" ou "cartao-VIP-de-loja-de-grife-que-todas-as-bees-adoram"? E o pessoal que fica de fora dessa classificacao: é ou nao é um mercado pedindo para ser explorado?


But at the same time... condomínio fechado GLS? É isso que a gente quer mesmo?

Complicado...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Curtas: Relativizando o BBB

Cheguei da Europa me prometendo que eu nao iria entrar nessa histeria nacional televisiva chamada Big Brother Brasil. Ledo engano: uma noite de terca, uma amiga viciada, um argumento "Po meu, sentaê! E só veRRR a eliminacao que a gente vai, caramba!" e voilá: me envolvi emocionalmente. Viciei. Merda. :( E quer saber: se fechei a Monocle e fui assistir essa merda, vambora comentar: Dourado? Ha? Oi? Ui!

Total apoio ao direito de livre expressao/opiniao da gay moderna: tem mesmo que pensar da forma de forma independente (e claro, crítica - tira o olho do abdomen do gato e analisa o resto, bee!). Mas: relavitizacao é o CARALHO!

Who is Dourado, what did Dourado? Sincerely, I don't give a fuck. Mais um BBB, menos um BBB: alguma diferenca? Reunioes da pauta do Ego e Saturday Parties do Wolf gritam YEEEES! Para o que eu "give a fuck" (ui!)? Nossa mania nacional de relativizar as coisas. Nao considerar o que as pessoas falam, expressam, comunicam, mas buscar... um significado positivo e inocente para tudo aquilo que foi dito, quando se gosta da pessoa. O famoso jeitinho adaptado para as relacoes interpessoais: fulano nao disse A, na verdade ele queria dizer B, coitadinho.

Pessoas escolhem comportamentos, afirmacoes e opinioes. Ambiente, educacao, histórico familiar influenciam? Sim, podem. Influenciar. Definir? Vai da vontade de cada um em buscar saber, e construir a sua própria verdade. Nao foi buscar? Nao vai levar de mim o beníficio da dúvida, darling.

Para terminar: Gente simples é agricultor de subsistencia do interior da Paraíba. Ignorante é faxineira com ensino fundamental incompleto ganhando sálario mínimo. E suástica como "símbolo utilizado por culturas orientais" só em templo indiano e aquarelinha pintada na Birmania. E sinceramente: Rocky wannabe meets CTG meets Mein Kampf querendo dar uma de tudo isso? NAO. Nao MESMO.

- Aliás, tema relacionado: amigo de um amigo alemao de passagem pelo Rio, levantando um assunto que me deixou bem grilado. Por que vários brasileiros abordam os alemaes com a saudacao do Kaiser ("Heil Hitler!") achando a coisa mais simpática do mundo? A reclamacao já chegou aos meus ouvidos de diversas fontes, todas acrescidas do "Isso só aconteceu comigo no Brasil.". A reacao dos alemaes? A pior possível: de desde o "Mas por que voces fazem isso?" ao "Isso é um assunto sério demais. Nao tem graca nenhuma.". Todas considerando a pessoa que fez a saudacao em questao um imbecil sem qualquer chance de virar amigo posteriormente (se o comedor-de-salsicha levar na boa, CORRAO: o psicopata-canibal-gay deve ter escapado e vir passar férias no Brasil!!!). Relativizar, levar em conta que a pessoa é ignorante, que provavelmente nao foi educada de forma correta nesse tema? Fick dich: sem chance quando o assunto em questao envolve 6 milhoes de judeus mortos, um continente inteiro destruído e um país com uma marca indelével de "culpado" por uma atrocidade dessas. Tem coisas que nao dá pra relavitizar: nazismo, intolerancia racial e homofobia sao algumas delas, Dourado. Aprende essa, lieber.

(Historinha, já contada num comentário num post do Chatonoar: estudante nigeriano do Erasmus resolveu dar uma de engracadinho e mandar um "Heil Hitler!" na principal rua de bares de Hamburgo. Dois policiais viram, e mesmo sendo rídiculo pensar que um africano negro poderia ser um neonazista, o resultado foi delegacia policial, noite dormida na cadeia e multa de 2500EUR, com registro na ficha criminal.  Agora, respondam: qual voces acham que é a possibilidade de a imigracao alema "relativizar" isso na hora em que o cara for tentar um visto para qualquer outra nacao do bloco da UE, hein?).

- E quer saber de uma coisa? Mein Arschloch para BBB e gente imbecil e chega desse assunto que Amaury Junior tá comecando. Tschüß!

Update: To FALANDO que Amaury Junior é PHODA! Com quem ele me abre o programa agora? Carmen Mayrink Veiga! AMO: Narebapower (todos unidos contra a rinoplastia, yeah!), cabelo juba-de-leao total anos 70, rios de dinheiros gastos em coisas absolutamente superflúas (o vestido que Yves Saint Laurent considerava sua obra-prima foi um que ele confeccionou para ela, TSÁ? H&M e Carmen Steffens: Mme Mayrink Veiga te despreza!), portrait pintado por Portinari (Estrella Photo Studio is sooo crediário e cheque especial), moooooitas viagens e o indefectível apartamento nababesco em Paris (apartamento em Paris é tao old money carioca que faliu e perdeu absolutamente TUDO, sobrando somente o apartamento no Atlantica-Rui Barbosa, a louça Limoges e o sobronome pomposo, néam?).

Atoooron! Tao social-marxista-politicamente anti-correta! Carmen Mayrink Veiga: eu te relativizo. ;)

P.S. - Diego: eu super discordo de voce. Mas eu te relativizo também. :D

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Curtas: Pós Carnaval

- Ok, para os que acham que Carnaval é a best thing ever do ano: direto para o próximo ponto. Para os que respiram aliviados que finalmente tudo acabou: ALELUIA, néam?! Ah, finalmente poder circular pelo Rio de Janeiro sem precisar montar quase uma operacao de guerra (e pode ter certeza: depois de voce checar, rechecar e re-rechecar se vai ter algum bloco no seu caminho, um bloco VAI aparecer no seu caminho, e voce vai pegar um engarrafemento-monstro enquanto um bando de garotas bebadas vestidas de fadinhas fica batendo no seu carro, se oferecendo pra voce.), os precos de volta aos patamares normais (com ou sem cachecol, carioca acaba pagando os mesmos precos do que os turistas nesse época. Acho que nem o "Qualéatua, mermao? Que preco é esse?!" nao funciona durante o Carnaval aqui nao, hein...) e a cidade retomando o seu ritmo normal. É assim que eu penso: a essencia do meu Rio tá em sentar em um bom bar ou café em Ipanema, conversando com um amigo e vendo as pessoas passando em direcao a praia, aproveitando o belo dia de sol, depois indo pegar um bom filme em um cinema qualquer. E nao naquele #AHHHHH, TO LOOOOOOCAAA!feelings que toma conta da cidade durante o Carnaval.


- Little remark: Caue filho-da-puta. Fiquei todo o Carnaval parecendo um camarao (também, inteligencia mil aqui: me achei o carioca descolado usando um protetor solar 15 durante os dias de praia). Mas pelo menos agora estou finalmente com um bronzeado decente para qualquer habitante de terras cariocas (planejando a melhor forma de tirar uma foto onde isso fique bem claro, para deprimir os meus amigos alemaes. Eles tem um país desenvolvido, onibus chegando na hora, taxas de violencia quase zero: precisam se deprimir por alguma coisa, caramba!). Última vez que eu tinha ficado assim foi depois de pedalar um dia inteiro num belo dia de sol no início de primevera dinamarquesa, em maio do ano passado. Bronzeado igual ao de agora. Só que sem a marca do óculos de sol e do pullover que ia até os punhos (e o pior: eu tenho provas fotográficas desse momento).


- E... o ano finalmente começa: para o nosso calendário psicológico nacional: o primeiro dia útil de 2010 é hoje. Para mim: inscricao em disciplinas na faculdade (Faculdade: melhor forma de transformar algo em que voce achava interessante na coisa que mais irritante, sacal e chata do mundo. Economia?! De onde eu tirei que eu realmente conseguiria manter o pique de achar isso interessante por semestres e mais semestres?!), enviar e-mails para empresas e anúncios de vagas para estagiários em Economia ("Acredito que o desafio de trabalhar o dia inteiro apertando o botao de imprimir da máquina de fotocópias, tabulando planilhas e mais planilhas de Excel e passar horas modificando apresentacoes de 794 bilhoes de slides no Powerpoint porque o meu querido chefe acha melhor listar itens com um "*" ao invés de um "-" será algo fundamental na minha formacao profissional. Estou a disposicao para maiores esclarecimentos sobre o meu currículo. Obrigado."), e todo o resto de burocracia necessária que existe na vida de todo mundo. Um lado de bom voltar a morar no Brasil? Fazer tudo isso em portugues. Jamais me esquecerei no dia em que eu tive que pedir o meu Lohnsteuerkarte (algo como um cartao de imposto de renda - necessário quando se trabalha na Alemanha, para que o seu empregador possa te identificar junto as autoridades trabalhistas) - em alemão. Eu perguntei uma informacao, eu recebi uma explicacao de 4 minutos no telefone (interromper na Alemanha é falta de educacao - eles fingem que nao estao ouvindo, e continuam falando da mesma forma. Lindo.) sobre algo que eu nao entendi nem 10%. Depois de 10 minutos comigo falando "Wie bitte?" de 5 em 5 segundos, o meu amigo alemao se levantou, pegou o telefone e resolveu tudo em 2 minutos. E depois falou "Voce estudou quantos anos de alemao no Brasil mesmo, hein?". Thumbs down. :(


- E de uma forma bem produtiva (comecei a escrever esse post ontem de tarde), enquanto faco tudo isso, televisao ligada no Warner e passando Beverly Hills 90210. O original. Nossa: como era mais fácil o mundo antigamente, néam? Cabelo: dei-a-tarde-inteira-molhei-e-sequei-ao-vento para mulheres, com/sem gel para homens e o único produto capilar que parecia existir era a linha L'Oreal Studio (Gel ou Mousse - o mundo é feito de escolhas, néam?). Moda: muita botinha (#lesbianfeelings?), pochete (ok, enough: #lesbianfeelingsmeetslesbianpower) e xuxinha da cabelo (qual a maneira mais rápida de barangar uma mulher: xuxinha de cabelo meio se desfazendo, pochetona na cintura ou barriguinha de fora + botinha?).


- E agora... sentado num café em Copa, com o meu laptop, ainda resolvendo as pendencias e chatices da vidinha moderna de todo ser humano. Ar-condicionado ligado nas alturas (ah... felicidade de sentir frio de novo! :D Mas merda... umas mulheres chatas já entraram no café e ficaram reclamando que "o ar-condicionado tá frio demais". Perguntar para as pessoas em volta se elas se incomodariam com o ar mais fraco pra que, néam?), música clássica idem (toda vez que eu escuto música clássica surge uma vontade em mim de sair dancando tipo Ana Botafogo pelos lugares. Será que traumatizei com a experiencia de ter sido inscrito no Judô quando eu era um pirralho, e na verdade queria ter feito balé?).


- Posts de viagem continuam e até 2011 quem sabe eu termino de escrever tudo. Aliás, uma outra viagem pintou aí. Destino? Surprise, surprise. Conselho? Sal-da-Bretanha nao funciona, mas Sal-da-Normandia... tem poder, amigos... Enfin, veremos... :D

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval. Segunda-feira. Equación do dia.

Eu
(rs Ok, tá bom... eu confesso: eu NAO fui de cachecol para o carnaval. Mas vocês bem que acreditaram, néam?! :D)
+
Amigo de um amigo francês no Rio
+
Rio de Janeiro
+
Carnaval
+
Un, deux, trois (ou quatre... mille?) goróeaux...
equals...



E o resultado final da noite é...
  • (-1) Óculos de sol (que tinha comprado em Copenhague ano passado, caralho... Os óculos de sol mais #viadofeelings ever! Mas enfim: tomara quem tenha achado seja uma bee que nunca teria a chance de ir a Copenhague mesmo, e que esses óculos sejam um início de um processo de glamourizacao e estilo na vida dela. Afinal, de um pao-com-ovo, um croque madame se diferencia só na forma de usar os "acessórios", néam? :D). 
  • (+1) Mega-ressaca (e sem os óculos, tá phoda... E a coragem de ir na rua nessa camara de bronzeamento nao-artificial chamada Rio de Janeiro para comprar um Gatorade? :( Vida de solteiro sucks sometimes...). 
  • (+ MUITA diversão) É... tenho que dar o meu braco a torcer: carnaval no Rio tá sendo legal pra caralho! :D

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval. Na Alemanha.

Carnaval de Colonia, Alemanha. Versao alema da festa mais loca que temos em nossas terras tupiniquins (segundo eles, a festa mais louca da temporada no país. Claro, segundo... alemaes.).

Checklist:
- Praia? 
- Sol?
- Animacao popular?
- Bebida? 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carnaval.

Dois pensamentos: #1 A Bismarchi seria parente... do Bismarck?; #2 Os peitos dela não tão olhando para direções opostas?!
Primeirão de tudo - paulistas, paulistanos, whatever: não leiam o post que eu irei escrever agora. Sei lá, vão dar uma volta no Jardim Cidade Mall (atóooro a propaganda fake da SJP no Cidade Jardim, do tipo "Claro! Vou me enfiar num avião para a América do Sul, enfrentar processo de visto para o Brasil para comprar roupas de coleções passadas pelo triplo do preço que poderia pagar na esquina da minha casa. Genial, néam?!"), passear por um parque e se for no Trianon, por que não fazer la pegación básica, ir comer num bom restaurante com um bom atendimento, porque no Rio nem se voce prometer um kéti para o garçom você consegue receber um servicinho razoável.

Why? Porque eu falarei a coisa que todo carioca é praticamente proibido de falar em um grupo de não-cariocas. Que contraria o mais forte dos clichês construídos sobre os habitantes dessa querida região fluminense. Que vai contra tudo o que essa cidade tem de mais... carioca.

Eu sou um carioca que acha Carnaval um saco.

Uma heresia, eu sei. Mas eu tenho motivos! Que motivos?

Felicidade geral da nação: Tem coisa mais chata que um bando de gente feliz, imbuído nesse clima de "Vamos curtir, galeeeeeeeeeeeraaaaa!". Tem sim: gente que vê um sentido poético-filosófico-social no Carnaval, no estilo Vinícius de Moraes meets Elias Canetti. Tipo de coisa que com certeza se vê no Bom dia Brasil de segunda-feira de Carnaval, com o Renato Machado dando a sua pedrobialzada do dia, e que aquele seu amigo proto-intelectual vai repetir em alguma conversa barata de boteco depois de algum bloco.

Programas de índio elevados a categoria de "coisa mais legal do mundo": Isso sendo, bloco de carnaval. Ah, vamos combinar: 4 horas cantarolando aquelas musiquinhas imbecis, enfiando cerveja quente goela abaixo, cercado de 250674095 pessoas suadas (e barangas, CLARO. Já perceberam que homem gostoso não sua, mas somente fica umidificado? E nunca um desses gostosões é aquele cara que vai passar se esfregando todo em você, mas um gordão+peludo+mala que vai achar que isso foi a coisa mais sexy que você já viveu na vida?), bêbadas e imbuídas daquele espírito de filho-da-puta meio "AAAAAAH, TO LOOOOCA!", tudo isso num calor mais filho da puta ainda, subindo e descendo ladeira (porque bloco legal no Rio TEM que ser naquelas malditas ruas de parelelepípedos, no qual você corre o risco permanente de torcer o pé, bater com a cabeça no chão e ser engolido pela multidão cantarolando a marchinha). Quando fora do Carnaval voce se meteria numa merda dessa? Se você respondeu "Micareta": Queridaum, tá lendo esse blog para que?!

Bahia. All about it. Durante o Carnaval: Primeiro, antes de tudo, deixemos claro: eu adoro Salvador. Acho a Bahia um lugar incrível para passar as férias e recomendo para todo amigo gringo uma parada obrigatória nesse maravilhoso estado. Mas Bahia durante o Carnaval é insuportável demais. Tem sempre o tal de "novo ritmo que vai invadir as ruas do país" (esse tal de "Rebolation" é algo tão... TÃO que me fez perceber como fomos injustos com Compadre Washington e É o Tchan e não percebemos todo o lirismo e sofisticação de letra que as músicas deles tinham!) que toca junto com os clássicos dos vinte carnavais passados: todos no estilinho "dancinha de foquinha amestrada" (esquerda, direita, cima, baixo). Olodum e Timbalada (seriously... Qual é a diferença entre os dois, na boa? Alguém me explica, porque sério, nunca consegui captar?). Aquele bando de playboy classe média do Sudeste (visualiza comigo: correntinha de prata no pescoço, bandana amarrada no bracinho devidamente bombado e quase sempre um pênis do tamanho de um amendoim. Que somente fica meia-bomba, claro.) que junta grana por um ano para aloprar naqueles trios elétricos. Aliás, trios elétricos: Ivete Sangalo naquela egotrip insuportável de se achar A criatura mais foda do Universo (ODEIO aquele jeitinho "Sou gente como você"), Cláudia Leitte realmente achando que é fashion e hype e aqueles outros trocentos grupos e blocos que ninguém escuta nada sobre o ano inteiro. Sinceramente: se eu fosse de Salvador, me revoltaria ver a minha cidade transformada nesse hospício durante essa época do ano. Sacanágy.

Rio. All about it. Durante o Carnaval.: Nada funciona direito. O que funciona tá custando o triplo do preço (quádruplo se você tem olho claro/pele muito branca/usa uma echarpe achando que tá no verão europeu). Nenhum grupo de amigos fica completo porque sempre tem aquele no grupo que tem a idéia de ir para Ouro Preto (basicamente: ficar bebado 24h/dia, levar tombo em ladeira e ficar com um bando de caipira barango que você vai ficar ligando pra você durante os próximos 10 meses querendo te encontrar na próxima viagem dele pro Rio), Floripa (o novo hit-must-go do Brasil. Nunca fui, portanto não posso chochar. :D Mas deve ser bom, néam: catarinense é um povo com potencial...) ou acampar em algum lugar sem noção do estado do Rio (ler esse post). Circular entre lugares próximos, tipo Leblon e Copacabana, se torna praticamente uma atividade impossível: ou você entra no clima dos blocos, ou certeza de ficar 3 horas num ônibus, com o motorista com cara de puto, um bando de folião batendo como uns loucos nas janelas e portas e aquele calor infernal dentro do ônibus. Ou seja: tudo aquilo que você adora no Rio se transforma em algo completamente diferente, irritante e "carnavalesco" durante essa época. Um saco.

Desfile das Escolas de Samba: Acho legal o lado social da coisa, o lado de que "a festa mais importante do país é construída pela classe mais oprimida e marginalizada das terras tupiniquins" (los favelados), a movimentação gringo-financeiro-economica que o evento gera para a cidade. Mas... eu tenho a impressão que todo ano é tudo igual. Uma hora da mesmíssima coisa, over and over. Sempre tem alguma escola trazendo um enredo no estilo "Amazônia e suas lendas", o que inevitavelmente significa todos aqueles irritantes clichês do Brasil (onça, lobo-guará, tucano e semelhantes) sendo desfilados na Sapucaí durante uma hora, quase sempre sendo coroado com o carro de uma biscate desconhecida tomando banho seminua em uma mini-fonte representando muito mal uma cachoeira e recebendo o poético nome de "Índia representando a comunhão entre natureza e o homem" que deveria se chamar "Índia piranha tentando ver se descola algum homem branco, índio ou tatu para dar umazinha". Sempre aquele bando de samba-enredo chato para caralho, falando das "Fantasias e surpresas ao descobrir o esplendor encantado", independente se o tema é sobre "Kama Sutra", "Influências do Butão na cultura brasileira" ou José Bonifácio. Sempre aqueles comentários chatérrimos dos comentaristas da Globo, tentando MESMO dar algum significado a piração artística e maluca dos carnavalescos (quando vejo aquelas fantasias tipo prato-colado-no-topo-da-cabeça juro que imagino um carnavelsco bee pintosérrima num barracão em Madureira tentando imaginar as mais diferentes e filhas-da-puta formas de sacanear um folião ao criar as fantasias mais sem noção, quentes e não-práticas do MUNDO. Isso tudo com explicações do tipo "Essa vai ser... a representação do furor sexual de Afrodite ao chegar nas favelas cariocas!"). E como se não bastasse o Rio... vem São Paulo e me inventa os desfiles de SP: um bando de mulata paulistana com sotaque italianão sambando meio estranho e aquelas escolas de samba com nomes muito parecidos (mas não iguais!) aos das cariocas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cadernos de viagem. Budapeste. Parte 1.

E abrimos a série do Cadernos de Viagem com Budapeste, a bela capital magiar... Confesso que fui bem a contragosto para a cidade: afinal, queria tanto ter tido mais tempo para ver se os tchecos eram TUUUDO aquilo que aparece nos filmes da Belami conhecer as inúmeras atracoes turísticas, museus e cafés de Praga. As primeiras horas na cidade também nao ajudaram muito: basicamente... um desastre, com todo o drama "Onde fica a porra do hostel?" e "Eu nao fico nessa porra de hostel nem se o Pavel Novotny aparecer pelado dancando a macarena pra mim!".

Mas com um pouco de paciencia, e depois de um passeio mais profundo pela cidade, confesso que tive que dar o meu braco a torcer: a cidade é incrível. Ok, a cidade nao é o esplendor barroco e o paraíso turístico de Praga... mas mesmo assim é belíssima e vale muito a pena ser explorada mais a fundo.

Entao, Putapeste, let´s go.

(Ah, e as fotos sao minhas mesmo, ok? Tudo tirado com uma guerreira Canon vagabundíssima).

A cidade
O básico da cidade todo mundo sabe: o Danúbio divide a cidade em Puta Buda e Peste, que eram independentes até o momento que um conde, rei (ou o Lula, que resolveu fazer a transposicao do Danúbio?) whatever resolveu unificar as duas cidades. Depois de um tempo de auto-governo, os húngaros perceberam que ninguém entendia porra nenhuma do que eles falavam, se juntaram com os austríacos e formaram o Império Austro-Hungaro e Budapeste dividiu o posto de capital com Viena (um lugar que falava um outro idioma super acessível, o alemao. Alemao austríaco. Que só os austríacos entendem.). Depois do final da Primeira Guerra, culparam os austríacos por todas as merdas do Império, se tornaram independentes, os alemaes vieram, invadiram e depois quase destruíram tudo (surprise, surprise néam? Alemaes: destruindo a Europa desde 1914... Eta povinho amado pelo mundo...). Os soviéticos vieram e construíram milhares de blocos de prédios de concreto armado exatamente iguais. Guerra Fria (Zangief vs. Guile), Queda do Muro de Berlim, Hungria inserida no mundo capitalista: exportando atores pornos e importando produtos La Roche Posay e Mac Donalds. :D (Hobsbawm, tremei com a minha capacidade de sintetizar a história mundial!).


Ok, agora sério: Budapeste se diferencia de Praga pela escala das "vistas". Enquanto a cidade tcheca é intimista, pequena, em algumas partes quase claustrofóbica (com suas ruelas e centro histórico bem compacto), Budapeste oferece espetáculos panoramicos. O Danúbio impressiona pela grande largura, que permite amplas visoes quando se caminha pelas margens do rio quase como se estivesse em uma pequena baía. Vários morros (com árvores e parques, nada de favela nao!) que chegam bem perto do rio abrigam pontos turísticos como palácios e castelos com vistas absolutamente fenomenais (como por exemplo a vista do foto que abriu esse post). E cada uma das margens tem uma certa identidade possível de ser identificada: Buda com os grandes palácios e edifícios (o edíficio do Parlamento Húngaro, segunda foto desse post, é simplesmente um colosso de beleza e majestade); e Pest com o Centro Histórico, ruas mais estreitas e belos edifícios residenciais e comerciais.

Ao mesmo tempo, Budapeste mostra sinais de que foi bem mais castigada do que Praga pela guerra: os "modernos" blocos de apartamentos construídos pelos governos comunistas estao bem mais proximos do centro histórico do que na cidade tcheca. É como se disessem "Aqui tinha algo belo que os FDP's alemaes destruíram e os russos para nos sacanear substituiram por essa merda!". Blocos e blocos de edifícios com uma arquitetura pretensamente prática e atemporal, que infelizmente resiste mal ao tempo, exibindo fachadas com reboco caindo e cores desbotadas. Mas, se por um lado sao realmente infinitamente mais feios do que os belíssimos prédios construídos anteriormente, eu acho que eles dao um charme e característica própria a cidade. Arquitetura é basicamente história, e demolir esses prédios "indesejados" é de alguma forma ignorar um período importante da história que a Hungria e o mundo viveram.

O idioma
Entao, como já ficou claro em alguns posts anteriores desse blog, eu basicamente sou um cara de pau que acha que pode se comunicar em qualquer idioma. Meu gosto por culturas diversas (e falta de um bom tanque para lavar roupa) me fez querer aprender diversos idiomas um tanto quanto diferentes (ah, meu curso de verao de língua russa...), o que me permitia entender alguma coisa da maioria dos idiomas que eu já tinha escutado até entao. Sabe, bem aquela coisa "tcheco parece com russo", "sueco parece com alemao", "italiano parece com espanhol"...

Tudo isso foi para o espaco com o húngaro. Húngaro parece com nada, porra- e absolutamente nada. Nada para dar uma dica do que é, e permitir ao menos uma embromation básica. Farmácia é Gýogyszertár, Praca é Tér e isso foi tudo o que eu consegui reter do idioma: "Obrigado" era tao impronunciável que eu substituia pelo mal-educado, mas sincero "Thanks - I wish I could say that in your lovely language, but I really cannot pronouce it in the way you do!". Uma experienca única ler letreiros de lojas e nao fazer a mínima idéia do que se vendia ou do que se tratava aquele negócio (loja de bronzeamento artificial? Pet shop? Puteiro?). Para a comunicacao interpessoal, claro, sempre tem alguns jovens que falam um ingles que permitia uma comunicacao (e nossa sobrevivencia) básica. Mas no geral, nada tao amplamente difundido como na Europa Ocidental: muitas vezes me safei usando meu alemao e meu russo nível "mim Tarzan, voce Putin".

Juro: cheguei na Polonia e quase beijei o chao. Ok, polones é dificil pra caralho. Mas pelo menos parece com russo. :)

As pessoas
Bem... depois dos tchecos, até alemao parece um espetáculo de simpatia (brincadeira: nunca entrei numa loja na Alemanha sem que o vendedor me desse um "Bom dia". Enquanto isso, na República Tcheca, eu dava "Bom dia" em tcheco, eles nem respondiam e ainda faziam carao. Hijos da puta...). Os húngaros sao um povo simpático: atendentes de lojas com disposicao para te ajudar a entender o que aquela sopinha de letras significava em ingles, Mac Escravos sorridentes para a minha inabilidade total em falar qualquer coisa em húngaro

E sobre os atrativos locais, a praga de Praga se repete: mulheres bonitas, homens nem tanto e ambos com um péssimo estilo de se vestir e apresentar.Piranha-Versace Russian Style of Piranha Fashion fazendo escola: todas as tendencias que já passaram pelas regioes cool do Continente devem ir para o Leste Europeu antes de morrerem e serem mostradas nas prateleiras da C&A.

Mas para voce, que ainda alimenta o sonho Bel-Ami do Leste Europeu, ainda existe esperanca... (Ver parte Experiencias: Banho nas Termas de Szercherny).
(Continua...)

Cadernos de Viagem. Introducao.


" Pintou uma viagem. Voce enlouquece, quer ir, claro, mas imediatamente surgem as dúvidas, as insegurancas, as culpas. 'O dólar pode subir'. 'E se eu perder o meu emprego?' 'Vou deixar meus filhos?' 'Logo agora, que as acoes estao em alta?' 'Logo agora, que as acoes estao em baixa?' TUDO BOBAGEM: Vá, vá e vá. Vai voltar outra pessoa, nova, revigorada, mais bonita, mais feliz, mais enriquecida; esqueca a obrigacao de sofrer (que todos nós temos), nao pense, vá e depois me conte."
Na sala com Danuza - Danuza Leao (Companhia das Letras, 2007)

Viajar, a grande arte de viajar. Viajar (para mim) é muito mais do que uma lista de pontos turísticos, restaurantes e bares para conhecer ("In the right is Tour Eiffel... Next!"). É maís... estabelecer uma ligacao pessoal, uma memória afetiva com um lugar que irá continuar com voce mesmo depois do final da viagem. E se a viagem for muito especial mesmo, para o resto da sua vida.

E cada viajante registra uma viagem da forma que melhor lhe cabe. Alguns tiram fotos (e mais fotos. E mais fotos. E acabam com um HD lotado de fotos super interessantes - só para voce. Porque nenhum dos seus amigos tem o mínimo saco de olhar aquelas fotos todas). Outros colecionam recordacoes: chaveirinhos (cafona, néam? Mas todo mundo tem um, vai...), souvenirs (olha que original: uma recordacao da Franca feita... na China!) ou cartoes-postais (tá - esse eu acho legal). A minha forma? Escrever. :) E reler depois as besteiras que eu pensei durante as minhas viagens.

Um dos principais objetivos desse blog foi manter por escrito as minhas experiencias e (des)aventuras em terras européias. As aventuras foram inúmeras, as impressoes e experiencias idem. Enquanto eu viajava, assim que surgia um tempo ou vontade de reaquecer e relaxar um pouco em algum café e paquerar algum cara gato que eu tinha visto lá dentro, eu tentava escrever alguma coisa, deixar alguma impressao registrada. Resultado: ao final das viagens, diversos trechos escritos pela metade, fragmentos de idéias e impressoes de viagens. Tudo pela metade, e muita coisa impublicável... :D

Afinal, eu também quero ler as impressoes de viagens nos blogs que voces criarao! :)
Algo para talvez (quem sabe, quica, porventura, maybe) inspirar algum de voces a colocarem o pé na estrada. E também ir viajar, conhecer o mundo...
Como eu nao gostaria de cansar voces ainda mais com longuíssimos posts descrevendo realtime as minhas atividades na cidade (do tipo "14.30h: Olhando para o teto. 15.30h: Ainda olhando para o teto. Tem uma teia de aranha aqui em cima de mim."), resolvi dar uma "sintetizada" em tudo. E criei essa série que chamarei de "Cadernos de Viagem". Nada pretensioso: longe de ser um roteiro de viagem ditando "Where to go" ou "What to see" (para isso, existe Lonely Planet , Wikitravel e Introspective por aí, mein Lieber...), é mais um apanhado de impressoes e histórias que eu acho que valem a pena serem contadas. 

Algo para talvez (quem sabe, quica, porventura, maybe) inspirar algum de voces a colocarem o pé na estrada. E também ir viajar, conhecer o mundo...

Afinal, eu também quero ler as impressoes de viagens nos blogs que voces criarao! :)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sábado de sol. No Rio.

Sábado: o dia mais feliz da semana. As loucuras da noite de sexta-feira acabaram de passar, ainda há tempo para fazer a parte dois e depois de tudo isso ainda tem o domingo para se preparar psicologicamente para o marasmo e a rotina da segunda-feira. Mas o que se faz num sábado depende diretamente... de onde você mora!

Em Hamburgo? Sabadão era o dia de colocar toda a vida em ordem (supermercado, Ikea, compras na Spitalerstraße, peguete #1, peguete #2) e se o tempo colaborasse, uma atividade ao ar livre (ou seja, chance de um em um mihao de acontecer. Afinal, saudades de Hamburgo eu tenho muitas, mas convenhamos: o clima daquela cidade era uma Scheiße.). E vai diminuindo expectativa: "atividade ao ar livre" era um piquenique num gramadinho, uma volta no lago e nada mais.

E no Rio de Janeiro? Bem, o meu "balneário decadente" pode ter trilhões de problemas, mas sejamos sinceros: carioca sabe como curtir um sábado. Junta a isso um tempo perfeito + bons amigos + bom papo e voilá: a receita perfeita para um sábado perfeito.
E no último sábado aconteceu a reuniao do trio fantástico dos blogayros cariocas (Chato no Ar, Don Diego et moi). E com a virtual presenca de Herr Introspective/Thiago (Thi: cafuçus da linha Grand Champ - Downtown mandaram saudações!). Daniel já escreveu, Diego já escreveu, entao finalmente aqui vai a minha versao do dia.

Sábado bem carioca, com os clássicos da cidade, sabe? Dia de sol com calor senegalês meets microwave (Rio 40° Graus is so last season... A moda do verão é sensação térmica de 50C!). Almocinho no Frontera (ah, os self-services da Zona Sul que saem pelo triplo do preço daquele chicken biryani num indiano qualquer em Londres. Mas fazendo justiça: o arroz à piamontese e o steak estavam deliciosos.). Praia de Ipanema @ Posto 8,75 (zona de transição entre a galera trendy-hype-cool-"Queridaum, tamos em Ipanema, táam?" e as bomb-bees da Farm of Amoedo). Povo esbanjando u-m-a s-a-ú-d-e, que pelo amor de Our Lady of Gaga! (aliás, pra constar: saúde em Ipanema atende pelo nome de NX37883. Ou era StrongPowerFlex? E muito spinning - só spinning, porque spinning seca, tá?). Discussões sobre as questões existenciais da vida bee moderna: Floripa ou Rio no Carnaval? O loirinho com cara de gringo ou moreninho equipado com função tanque de lavar-roupas?
E depois da praia uma esticada no Läffä, o mais novo representante da kebab-wave que vem vindo nesse verao carioca. Um post-crítico mais detalhado ficou a cargo de Herr Daniel, mas dá para adiantar algumas coisas. #1: A experiência foi digna do nosso beloved Programa Furado (momento "Esse é um blog SP friendly" + comentário interno carioca: última seção do suplemento de final de semana do diário carioca "O Globo", que todo carioca esperto tem o mórbido prazer de ler primeiro assim que recebe o jornal na sexta-feira). #2: Kebab israeli, com laffa ao invés de pao árabe? Não curti não, ficou estraaanho... #3: R$12,90+ mais de meia-hora de espera pelos sanduíches, e quase fica mais fácil e barato pedir para enviarem uns kebabs lá da Turquia via FedEx. E finalmente: #4: taxa de 10% é uma gratificação por um atendimento muito bom (porque bom atendimento é mais que a obrigacao). Acabaram de abrir e ainda estao testando tudo? Que peninha: boa sorte, que aprendam rápido... e não cobrem os 10% enquanto não puderem considerar os serviços dos senhores como minimamente aceitáveis. Fácil assim. Damit einverstanden? (Fernando morou na Alemanha/Fernando ficou mau).

Balanço final do dia: sábado de Hamburgo era bom. Mas sábado de sol no Rio, com Ipanema, o Atlântico e um grupo desses... é ainda melhor! :D

Back to Real Life, Still Alive

Ah, o cotiadiano caos da vida normal. Chegar de viagem, voltar para casa, e necessariamente enfrentar aqueles milhares pequeninos problemas que tomam tanto tempo. Onde colocar os casacões pesados de inverno, que se tornaram peças de museu nesse calor senegalês do Rio de Janeiro? O que fazer com os mapinhas, tickets de metro, folhetos e ingressos de museus que eu fui colecionando ao longo do tempo? Desfazer as malas: o trabalho mais desconfortável, chato e sacal que um viajante pode ter, principalmente quando se tem a incômoda impressão que a vida lá fora era tão mais excitante do que a vida aqui em "casa".

As férias do Lost und Found in Translation acabaram sendo não-planejadas, mas absolutamente necessárias. Mas agora que finalmente a minha vida adquiriu uma estrutura próxima de uma rotina (que será deliciosamente quebrada por esta loucura festiva chamada Carnaval), a regularidade dos posts volta ao normal, fiquem tranquilos. :D

Compromisso de brasileiro que morou na Alemanha. ;) (E cá entre nós: que está louco para voltar para lá!).