segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Où est Fernando?

Indo ao Pão-de-Açúcar, passeando pelas ruas do Centro (e explicando porque diabos os engraxates-mala do Centro insistem em engraxar o tênis dele), indo de ferry-boat para as terras de Araribóia (“Icaraí is a cleaner Copacabana, without whores and tacky clothes shops”), indo à praia e explicando o sofisticado sistema de castas e tribos reinante nelas (Leblon: Brazilian Celebrities + Anorexic Girls; Ipanema: Trendy-Cool People + Trendy-Cool Wannabe People + Steroids, Steroids, Steroids, Aussiebum & “Du iou uant to gou to The Week ánd peí evirifingui for mi?"; Copacabana: Families + Italian/Portuguese Mid 40/50’s Fat men + Whores seeking/scorting Italian/Portuguese Mid 40/50’s Fat men; Leme: Nobody), traduzindo para o inglês/francês todo o menu exótico da cozinha popular brasileira (Tapioca: Something like Crêpe, without the Crêpe, Mandioca: Something you don’t know, Farinha de Mandioca: Something you don’t know’s Powder, Jabuticaba: Strange Berry, Açaí: Strange Berry, Guaraná: Strange Berry that looks like an eye, Geléia de Mocotó: Eat it and I tell you later what it is, Mamão: Natural Activia), comendo em botecos de esquina (porque os olhinhos dele brilham com a simples sofisticação de poder almoçar ao ar livre durante o “inverno”), traduzindo as notícias atuais dos jornais nas bancas (“What means ‘Tiroteio at Intercontinental’? ‘Tiroteio’ is only just another word for Party in Portuguese… Look: there is a French Vogue here!”), levando ele para passear de trem pelos subúrbios do Rio (“Fernando, que signifie ‘Dez paçocas por um real’?” + “Is this REALLY still Rio?!”), explicando as capas do “Meia-Hora”, me entupindo por tabela de todas as coisas tipicamente cariocas (Biscoito Globo, Bananada, Mate de Galão na Praia, Queijadinha, Cajuzinho...), indo até Jurujuba (?) para satisfazer o desejo dele de comer peixe frito na brasa (enquanto eu como... frango frito, já que sou alérgicos a frutos-do-mar)...

Em outras palavras? Sendo feliz pra caralho.

(Postagens voltando ao normal semana que vem, ok? :D)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Economics for Gays: Dilma Rousseff e Jornal Nacional - Parte 2

Gráfico 3: Crescimento % Anual do PIB, BRIC + Argentina, 1994-2008
Significa?: O quanto os países do BRIC e Argentina cresceram, mas desta vez analisando desde 1994(entonces, analisando desde o período FHC).

E daí?: #1: (Olhinhos sádicos de economista brilhando) TÃO mais legal e emocionante ser economista no Terceiro Mundo, néam?: *suspiros #2: Entenderam porque ao menor sinal de crise em qualquer país em desenvolvimento, não importando se for Tailândia ou Trinidad & Tobago, os investidores ingleses e americanos (aka. velhinhos sovinas que resolveram não comprar casa de praia na Cornualha/Flórida, não tem nada de mais interessante na vida para fazer a não ser acompanhar diariamente seus investimentos em países "de alto risco") saem retirando o dinheiro do mundo em desenvolvimento e voilá: crise!

E daí? + Continuo não entendendo PORRA nenhuma: Ok, o gráfico tá uma bosta, mas é isso que a gente tem e é nisso que a gente vai seguir. Clica no gráfico, bee. Então, tá vendo o Brasil? No período inteiro a gente não teve retração econômica (ir abaixo do zero), o que é bom. Mas também, no período do FHC (1994-2002) o nosso crescimento foi ridículo em comparação ao resto do grupo. Lembram da crise russa de 1998 (quando a Barbie ficou mais cara que a Susy, lojinhas de R$1,99 desapareceram e todo mundo parou de viajar Orlando Fly&Drive)? Brasil por bem pouquinho não entrou em retração... mas nos 45 minutos do segundo tempo conseguiu se salvar. A Rússia, a trava FDP que causou toda essa comoção na economia mundial, levou um tombaço do salto 15cm na escada de entrada da boate em 1998. Mas em 1999 já tinha levantado, sacudido a poeira, batido o cabelo ao som de tribal, arranjado um gringo gato & odara que a pediu em casamento, viajado para Itália na Primeira Classe e tava causando horrores na Via Tortona em Milano, toda trabalhada na Prada e Salvatore Ferragamo em 2000. Enquanto isso, a economia brasileira? Resolveu continuar pegando o Roteiro Rodoviário Águas Quentes, acreditando que crescer devagar e sempre é o mais importante.

Mas por que a economia brasileira seguiu por esse caminho? Quem falou que deveríamos seguir "devagar e sempre"? Quem falou que crescer devagar garantiria que a gente iria crescer sempre? Quem foi que tomou essa decisão? E a pergunta mais importante para um economista: quem se beneficia dessa decisão?

A partir desse momento entramos nos duelos de titãs que é os embates entre as diferentes escolas de teoria econômica. Não, ao contrário do que parece, Economia não é uma ciência exata. Nem economistas recorrem à um manual de verdades absolutas, onde tudo é óbvio, claro e totalmente definido.

Sobre esse tema, uma introdução ao mundo da Economia virá no próximo post da nossa série. Sobre o tema que discutimos? O que eu posso falar que, na opinião de Fernando: a) estudante de economia da UFRJ; b) economista heterodoxo (relaxem, explico isso no próximo post, gentém!), um dos motivos centrais desse desempenho maravilhoso da Economia brasileira nas últimas décadas foi:

Gráfico 4: Taxa de Juros Real, BRIC + Argentina, 1997-2008
Explicando em linhas gerais: você tem R$100.000 (e não pode gastá-lo na The Week), você é um investidor rico, poderoso e todo trabalhado no Ermengildo Zegna (e não paga R$ 5.000,00 em terno Ricardo Almeida porque não cai nessa insanidade tupiniquim de pagar fortunas por coisas que NÃO valem fortunas). Você tem duas opções: 1) investe numa poderosa fábrica, vira industrial, contrata vários operários cafuçus para ver almoçar aquela argamassa composta feijão + ensopadinho de carne + 1kg de farinha (Introspective, você não tem a imparcialidade suficiente para fazer uma escolha racional nesse caso); ou 2) investe num título que rende conforme uma determinada taxa de juros, fica linda, loira e financeira deitada no seu ofurô no Morumbi só acompanhando as notícias por alto e deixa lá rendendo. Quanto maior a taxa de juros, mais interessante investir em títulos, certo? Logo, também menos investimentos em indústria (afinal pegar o seu Volvo, dirigir até a fábrica, se misturar naquele povão suado, se estressar motivando trabalhador chato e desmotivado não é algo legal nem tão fácil assim). O que resulta em... menor crescimento do PIB (= PRODUTO Interno Bruto).

Deu pra entender ou precisa desenhar? Ou precisa atentar para o fato de que a taxa de juros argentina, mesmo no pico da crise de 2001, não chegou nem perto da base da nossa curva da taxa de juros durante todo o período tratado? Ou para o fato de que a série acima nem inclui o período de 1993-1994, quando a taxa de juros atingiu a estratosfera?

Ah, claro: esse pequeno gráfico é a razão de que você paga as taxas astronômicas no cartão de crédito e porque financiar sua próxima viagem para Ibiza sempre sai tão caro, tsá bee?

Considerações Finais

PIB não é (nem de longe) o melhor indicador para se avaliar a qualidade de vida e desenvolvimento de um país (quem se interessar pelo assunto, dá uma lida sobre o Butão e o seu projeto do conceito de Felicidade Interna Bruta), mas foi usado aqui para aprofundar um pouco mais os assuntos discutidos na entrevista da Dilma no JN. Um economista competente não monta uma análise tão complexa quanto à do desenvolvimento somente em um dado, mas ao mesmo tempo dados são necessários porque Economia se propõe com uma ciência (e achismos não cabem numa ciência).

A questão é: crescemos devagar, muito devagar nas últimas décadas. Isso foi uma escolha, que como tudo em Economia é bem mais complexa do que o simplório “Queremos crescer devagar e sempre”. Por que países que entraram em uma crise tão grave (Argentina em 2001, Rússia em 1998) sofreram seus efeitos, mas logo se recuperaram e cresceram bem? Por que se estamos fazendo “tudo certo” ficamos tanto presos num crescimento tão módico? Um país com os problemas sociais tão graves como o Brasil pode se dar realmente ao luxo de crescer mais devagar?

Muitas questões, poucas respostas, I know. Mas quem disse que o preço do conhecimento era baixo? ;)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Enquanto isso, em Hamburgo...

"Do Começo ao Fim" representando o Brasil no Foco Internacional (olha a moral!) do Festival de Cinema Gay e Lésbico 2010 que sempre antecede a CSD de Hamburgo. ;)

MERDA. Qualquer mostra de cinema na Alemanha sempre tem um debate no final onde o povo very academicamente discute o filme, as impressões, etc&tal. Perdi a melhor oportunidade EVER de levantar o meu dedinho numa dessas discussões, soltar em perfeito alemão um "Porque eu sou e moro no Rio de Janeiro..." e ter imediatamente 45 pares de olhinhos azuis virando para mim e brilhando ao perceber que eu sou minimamente pegável & tenho cabelos cacheados & tenho olhos castanhos & tenho uma pele com algum resquício de melanina. :)

Ah, meus tempos na Europa...*suspiros

P.S.- Fiz mal de descrever o filme para meus amigos alemães como "Telenovela meets Brokeback Mountain in The Fantastic World of Apple"?
P.S.2- Ah, falei que tinha nú frontal do morenão gostosão pra compensar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Networking is everything

Lassen Sie mich Ihnen vorstellen (Tenham o prazer se serem apresentados), Herr FDP Germânico. Jawohl: ele, o responsável por metade dos posts "estou-deprimido-quero-voltar-para-casa" in Deutschland do início desse blog. O primeiro cara pelo qual eu realmente posso falar "estive apaixonado". E que claro, no melhor estilo "o destino te ferra", me aprontou uma das maiores decepções que eu já vivi na minha vida. Exatamente no momento mais difícil e complicado da minha estadia na Alemanha. :/

O título do post? Foto tirada por um amigo que por acaso esbarrou por ele no metrô de Hamburgo.

E os pensamentos? Na boa?

De que Hamburgo, assim tudo o que eu vivi naquela cidade, parecem pertencer a uma outra encarnação. De que eu quase posso escutar o alerta sonoro de "Zurückbleiben, Bitte" do metrô de Hamburgo, e o calor infernal que faz lá dentro quando chega o verão e a temperatura sobe acima dos 23ºC. De que eu consigo saber em que linha eles estavam só olhando para os bancos e design do trem do metrô que eles estão.

E de que é incompreensível como pessoas que foram tão importantes, com as quais você viveu momentos tão importantes e que você vai levar fácil para o resto da sua vida... se tornaram completos desconhecidos. Por uma mera incapacidade... de saber terminar as coisas.

Como isso acontece, néam? Alguém com quem você é tão feliz, tão realizado em um momento... e no outro "That's it, it's over", cada um pro seu lado e acabou. Nada.

Mas enfim... tem horas que olhar para o passado ajuda a entender e valorizar ainda mais o presente. Principalmente quando o presente é alguém que chega daqui a cinco dias da França, e cruzou o Atlântico somente pela vontade de te ver.

E você percebe que enquanto perde algumas coisas, você (quase sempre) acaba ganhando muitas outras.

(E claro, elogios aos Herr FDP Germânico estão terminantemente proibidos - sob pena de deportação e encarceramento dentro um ônibus "Brasileiros pelo mundo" da CVC em viagem pelo Meio-Oeste americano e eu iniciar a escrever postagens nesse blog no dialeto "Miguxo"/"Tiamuuuuamiguuuu!". Assim como elogios "You're so much better, Fer!" serão bem-vindos, claro :D)

P.S.- "I just feel like being in your arms. Quiet. Hope you will get this message, petit Je t'aime. Beijos, Ton S" . #1 8 meses de mensagens, atitudes e comportamento flawless. #2 Francês é TÃO mais romântico. heeheh :D

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Economics for Gays: Dilma Rousseff e Jornal Nacional - Parte 1

Não, o blogueiro que vos fala não foi passar as férias de inverno esquiando em Bariloche, cercado de brasileiros por todos os lados berrando “AmÔRRR, bate uma foto d’eu!” e enfiados em camisas da seleção brasileira de futebol (porque brasileiro no exterior TEM que usar qualquer coisa verde-e-amarelo e que tenha BRASIL escrito em letras garrafais. A razão lógica dessas pessoas tirarem um passaporte, pagarem uma passagem internacional, desembarcarem numa nova cultura e... se vestirem exatamente como se estivessem assistindo um jogo de Copa no Alzirão sempre me escapou. Duvida do que eu to falando? Na volta de sua próxima viagem internacional, dá uma olhada e conta quantos britânicos, franceses e alemães voltando para casa estão usando camisas de seleção, e compara com os guichês brasileiros. CERTEZA de pelo menos um daqueles horrendos gorrinhos azul-marinho com a bandeira do Brasil na testa dando sopa pela fila do check in). O blogueiro está no Rio (onde sinceramente “Inverno” deixou de existir e foi substituído pelo conceito de “Soft Summer”), se dividindo entre ralar no estágio/emprego temporário/godknowswhat , ficar preso no maravilhoso trânsito da capital carioca (e não, eu não pego engarrafamento com vista para o mar, mas na bem mais cinza e nada “Atlântica” Avenida Brasil) e entregar o primeiro capítulo da sua monografia (que desde já eu posso dizer que ODEIO com todas as minhas forças). Ou seja, conciliar Fernando profissional, estudante e blogueiro tá PHODA. Portanto, sejam pacientes: blog em regime de Soft Posting. :D
E a entrevista da Dilma ontem no JN, hein?

Sobre a Dilma? Acho que erraram SERIAMENTE a mão no Extreme Makeover dela, e o que era para ficar “esteticamente agradável” virou Perua do Lago Paranoá meets Ivo Pitanguy (e ela precisa URGENTEMENTE de aulas de oratória – Lula pode ter seus conflitos com a gramática portuguesa, mas Lula sabe falar). Sobre a Fátima? Picolé de chuchu com cobertura da calda de inhame. E sobre William? Ainda não me consegui decidir entre achar que o cara teve culhões e inteligência para ser ousado e crítico numa entrevista de candidatos a presidência no JN, simplesmente mal-educado (o que foi a Fátima cortando o marido e mudando o assunto? Fácil se ela não fosse mulher dele ela já estaria fora do JN e apresentando Roraima TV – Primeira Edição) ou a Globo resolveu mais uma vez se posicionar politicamente ainda usando a imagem da “neutralidade e imparcialidade” que ela finge que tem, e nós fingimos que acreditamos.

Mas o que o William falou faz mesmo sentido? E por que a Dilma engasgou e se enrolou toda na hora de responder? E a Rússia (e Venezuela?!) cresceram mais do que a gente nos últimos anos? E o meu Réveillon em Buenos Aires corre risco de virar final de semana prolongado em Cabo Frio?

Mais uma missão para Economics For Gays. ;)

E a aula de hoje será uma rápida análise de alguns gráficos que eu montei. Bem rápida, porque afinal ainda estou no estágio e tenho que terminar esse post antes do meu horário de almoço acabar (postar emagrece, RÁ :D). Fonte dos dados? Base de dados do Banco Mundial (porque os favoritos do meu computador são mais do que Katylene.com e BelAmi, honey :D). Por que gráficos? Porque são de fácil compreensão para todos aqueles que não são economistas e não tem saco para escutar as nossas gigantes análises e explicações sobre os fenômenos do mundo. E por que eu estou falando disso? Porque eu quero que os meus queridos leitores sejam lindos, magros e inteligentes economicamente. E saiam do grupo de leigos em um assunto tão importante.

Gráfico 1: Crescimento Percentual Anual do PIB, Grupo de Países por Renda
Significa?: O quanto os países cresceram percentualmente por ano, com os países separados por grupos de renda (países ricos, países classe média, países POBRES), de 2000 a 2008.

E daí?: E daí que países com renda média e baixa crescem em geral bem mais do que países com renda alta, no período analisado.

E daí? + Continuo não entendendo PORRA nenhuma: Não dá para comparar países lindos, loiros e japoneses (God, e não é que a piadinha realmente faz lógica no mundo real?! hahahaha Morryh!) com países sem H&M + Ikea + Apple Store e/ou monetariamente desfavorecidos (= pobres). O nível é outro, benhê: eles já são RYKHOS. Portanto, nada de ficar surpreso ao descobrir que a gente cresce MÓITO mais do que a Escandinávia inteira junta: já sabemos disso. (P.S.- Esse tipo de análise só é útil quando se quer ver relações de dependência entre economias, tipo “quando a economia americana cresce mais rapidamente, a mexicana também segue essa tendência?”).

Aprendi que: não ficarei enchendo o saco dos amigos economistas com comentários tipo "Noooossa, a gente cresce mais do que os EUA, néam?!".

Gráfico 2: Crescimento % Anual do PIB, BRIC + Argentina, 2002-2008

Significa?: O quanto os países do BRIC (onde intencionalmente eu exclui South Africa – o país é mais incluído por uma questão de cota africana do que realmente se assemelhar ao resto do grupo) y Argentina cresceram percentualmente de 2002 a 2008 (período Governo Lula I e II – O Retorno dos Quatro Dedos).

E daí?: Dentre os BRIC, o Brasil é o que menos cresce. BEM MENOS (apesar de que a série de dados vai somente até 2008, antes da crise financeira). Menos até do que ARGENTINA.

E daí? + Continuo não entendendo PORRA nenhuma: Em bom carioquês? GERAL foi no bonde do crescimento, só o Brasil que ficou de bobeira e se ferrô, mermão. Até a Argentina, que foi nel fondo del pueço em 2001, se recuperou e manteve taxas de crescimento bem acima as da brasileira. Toma Brasil: queria ver o que o povo daqui faria se a Quilmes tivesse mandado latinhas que depois de abertas ficassem “Subdesarollado!!!Subdesarollado!!!Subdesarollado!!!”. E detalhe: o bonde do crescimento econômico é que tem o 592 – Leme x São Conrado: perdeu, é “se ferrô playboy” e mofar no ponto esperando passar ele de novo. O que pode ser em 5, 10, 15 anos...

Aprendi que: eu ainda tô ganhando esse merreca, ainda tô nessa pindaíba por culpa desse FDP desse quatro-dedos!

E as conclusões parciais? Sim, realmente titio Bonner esta certo, o crescimento econômico do Brasil durante o Governo Lula foi RIDÍCULO em comparação aos BRIC e países da América Latina em geral.

Mas aí que vem o pulo do gato-economista (ui!): será que somente durante o governo Lula?

Será? Será? SERÁ?
(To be continued...)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SIGA-me os bons!

Todo semestre os alunos da minha querida Universidade federal fazem a mesma coisa: passam a madrugada inteira criando tabelas no Excel (bem, pelo menos nós, economistas, néam?), desenhando inúmeras tabelas e rascunhos, se descabelando e xingando o sistema de inscrição em disciplinas online, o reitor, o coordenador do curso... tudo para finalmente descobrir que: 1) a matéria que você precisa fazer só tem no horário que vai fuder com a tua vida, 2) a matéria que você gostaria da fazer vai bater horário com a matéria que você precisa fazer, ou 3) se você pode fazer e curte a matéria, inevitavelmente você vai acabar sendo expulso dela.

E para dar um goshtinho da escolha de Sofia que eu tive que realizar, vai aí a listinha das eletivas da minha adorada faculdade. :D E lanço uma promoção: quem adivinhar duas das três eletivas que eu escolhi ganha um pacote para duas pessoas com tudo pago para Hamburgo, via Varig e Soletur! :D
P.S.- Não adianta: uma vez Federal, SEMPRE Federal... :D

domingo, 1 de agosto de 2010

Sobre a difícil arte de blogar (e comentar)


Teoricamente blogar é algo muito fácil. Escolhe-se um site de preferência (os que prezam pela praticidade e facilidade escolhem o Blogger, os que preferem a liberdade e conseguem entender como funciona aquela merda escolhem o Wordpress). Cria-se uma conta. Decide-se por um template (agora tem umas opções mega estilosas que não existiam quando eu resolvi criar o meu blog! E agora? E o medo de migrar para algo cool mas sem a essência Lost und Found de ser?!). Nomeia-se o blog (a hora mais complicada: quando você precisa ser criativo, mas sem ser babaca nem copiar algo que já existe. Mas claro, algo que represente você. Ou seja, um processo difícil pra caralho.). Clica-se em „Nova Postagem”. Dá-se um novo título ao que você quer escrever. Escreve-se o que vem a sua cabeça e voilá: você é um blogueiro.

No mundo real, claro que as coisas não tão fáceis assim. Entre escrever o que você pensa e clicar no “Postar” existe uma decisão de compartilhar as suas ideias com o mundo. De entender que aquilo que você escreveu vale a pena ser lido. De checar se aquilo foi algo que outras pessoas pensaram também. De saber se é relevante. E isso envolve ter uma coragem do caralho. E um certo grau de egocentrismo: todo blogueiro gosta de saber que é lido, que é apreciado, de que colocou em palavras o que pessoas não conseguiram colocar antes.

Mas para acontecer essa interação entre autor e leitor, precisa existir o botão “Comentar”. Li uma vez em um blog francês de uma adolescente mega antenada em moda uma discussão sobre o tema: depois de alguns posts gongativos e meio stalkers (contando detalhes da vida dela e de pessoas do seu grupo de amigos), ela resolveu acabar com a seção “Comentários” por acreditar que o blog é uma visão de mundo de uma pessoa, exposta para que outras possam acompanhar e tirar suas próprias conclusões. E que esse processo então prescinde dos comentários.

Eu discordo. Quem quer escrever e não escutar comentários e ideias e correr riscos escreve para si mesmo, num diário, guardado a sete chaves. Se for muito corajoso, organiza em textos e envia para uma editora, que se ele for tão brilhante mesmo, vai publicar. E ele não vai ler nenhuma crítica de jornal, nenhuma resenha, nada. E tapa os ouvidos para qualquer um que venha falando “Eu li o seu texto...”. Agir dessa forma tem suas vantagens, é claro (a ignorância pode ser uma benção, claro). Mas eu pessoalmente acho um tanto quanto... solitário agir assim.

Mas aceitar que comentários cheguem também tem sua dose de risco. O risco de ser desafiado. De chegar alguém e dizer que discorda do que você pensou, e questionar o seu escrito de uma forma que te atinja lá, bem no seu calcanhar de Aquiles. De alguma forma, provar para você que você está errado, ou de que o seu pensamento pode não ser o único válido. E aí as coisas complicam...

Todo blogueiro tem a sua lista de comentários ácidos, do tipo mais difícil de engolir. Daqueles que você passa algum tempo pensando em como responder, mostra para um amigo mais chegado e pergunta “Como respondo esse FDP?”. Estou excluindo dessa lista os puramente gongativos, afinal, gongar sem conteúdo é pura mediocridade auxiliada pela possibilidade de assinar como anônimo. Estou falando dos comentários que questionam o que você escreveu, o que você pensa. De que te fazem pensar por pelo menos 5 minutos, nem que sejam para te deixar puto. E fazer você escrever um outro post em resposta e esse comentário.

Todo mundo que acompanha o meu blog sabe mais ou menos como eu penso. Sabe da minha verve crítica, dos meus comentários irônicos com relação a tudo e a todos. Não sou assim o tempo todo, nem é esporte: é só mesmo o espaço que eu uso para me expressar assim. E falar o que eu penso. Compartilhar a minha visão de mundo. Trocar ideias, e chegar a uma conclusão diferente no final.

Por isso que eu acho que vale a pena blogar. E deixar o botão “Comentários” aí, ativo, funcionando. Para conseguir ter interação com os meus leitores críticos. Para que se alguém discorde do que eu escrevo, que essa discordância chegue até mim. E que isso me incomode, me deixe puto, sim. Mas que me faça pensar. E que me faça rever meus conceitos, ou só melhor fundamentar os meus conceitos preexistentes.

Porque só assim vou extrair alguma vantagem real de blogar.

A de ser um pouco menos ignorante. E aprender um pouco mais com os outros. Seja blogando. Seja comentando. Seja comentando e percebendo que o mundo pode não ser muito bem da forma como você pensa.