Entâo, mêu: Fernando estará indo para São Paulo na próxima sexta para uma viagem de negócios (Ok, "ir para São Paulo" e "viagem de negócios" foi meio pleonasmo, eu sei... :D) e resolveu levar le Monsieur mon BF para um finde por terras emboabas. E a minha missão é transformar a megalópole brasileira num lugar interessante para uma pessoa proveniente de uma das cidades mais simpáticas, receptivas, carinhosas com o turista, cheia de pessoas alegres, bem resolvidas e felizes: Paris. :D São Paulo não tem praia, não tem coqueiro nem gente supostamente simpática sem camisa pela rua (3 motivos pelos quais eu poderia convencer um francês a vir para a América do Sul), logo a missão será árdua.
Portanto, HELP! Conselhos, dicas, ajudas, listinhas de must-see's! Faz séculos que não ando por esse lado da DMZ: quando eu fui aí pela última vez, a Avenida Paulista ainda tinha pedrinhas portuguesas com o formato do estado de São Paulo (aliás: alguém me explica por que isso, hein?) e o Tietê ainda dava uns sustos na população com umas enchentes eventuais. E mesmo depois de 4 dias por aí sempre caminhava para o lado oposto do da Paulista que eu queria ir, afinal todos os prédios da Paulista estão bem alinhadinhos (e até eu descobrir os prédios da Cásper e da FIESP) e achava impossível achar onde eu exatamente estava naquela avenida. Portanto, de alguma forma, a viagem também vai ser um pequeno "Descobrindo São Paulo" para mim também.
Guidelines
Quando: Chegada na sexta à noitinha, volta domingo final da tarde por Congonhas.
O que eu acho que gostaria de ver: Liberdade (O que tem pra ver lá? Só aquela rua com aquele trecos vermelhos gigantes? Algum restaurante japonês-podrinho-mas-bom-pra-caramba?), Mercado Municipal (o povo fala tanto desse maldito sanduíche com 5kg de mortadela que eu quero finalmente ver como é) e Museu da Língua Portuguesa.
O que eu adoro: cafés de bicha-fina-urbana-e-que-veste-preto-no-verão-e-fala-articulando-as-consoantes-paulistana ali pelos jardins (o Suplicy ainda existe?), restaurantes quase-pé-sujo (sabe, aqueles com o dono no balcão com uma camisa social e um peito peludinho quase todo pra fora?) de culinárias exóticas e esdrúxulas (Tipo Indiano? Coreano?) por preços amigos, cachorro-quente com purê de batata (onde dá pra comer um muito bom?) e aquelas padarias maravilhosas que vocês insistem de chamar de padoca.
O que eu sei que eu não quero ver: Clube Noturno (sei que SP rules nesse quesito, mas sinceramente... dessa vez não, obrigado.), lugar baladinho demais (meaning: Spot, Ritz e semelhantes) e window-shopping-tours pela Oscar Freire (comprar a mesma coisa que dá pra comprar em Paris pagando o valor do produto + o pequenino imposto de importação brasileiro para produtos industrializados não rola, né Chéri?).
Perguntas: 1) Como sair da Rodoviária Tietê em direção a Paulista? (sem o táxi, CLARO!) 2) Como sair da Paulista em direção à Congonhas? 3) Qual a melhor área para ficar, ali perto da Paulista? Algum hotel/hostel bom-bonito-e-barato (lembrem-se que eu já fiquei em hostel de 5EUR em Praga, portanto eu sou fresco e seguro o barranco)? 4) Como eliminar o meu sotaque carioca em 2 dias? 4) Querem um post "Fernando em viagem" episódio SP? :D
Tudo bem, tudo bem... Um mês sem postar. O meu blog passou definitivamente da categoria de ativo (ui!) para aquele vivo-morto no qual o blogueiro parece ter perdido a vontade de brincar com brinquedinho novo mas de vez em quando sente saudade e gasta uns 5 minutinhos com ele. Ou seria o clássico caso de estrelismo da blogsfera, no qual depois que um cara cria um blog, começa a postar enloquecidamente sobre todo e qualquer tema, começa a comentar enloquecidamente nos blogs em que ele super quer constar no blogroll (os educados, como eu, só comentam – os sem noção mandam o clássico “Ai, adorei seu blog! Então estou escrevendo um blog sobre como as Destiny Childs foram importantes para a minha formação de caráter! Passa lá pra comentar, vai!!!!”), consegue um séquito fiel de seguidores que elogiam absolutamente tudo o que você faz (“Realmente, você escreve tão bem sobre qualquer assunto!” ou “Sua opinião sempre é fantástica!”), consegue determinada posição de destaque na blogsfera ele... repensa no porquê ele gasta seu tempo escrevendo quando poderia estar treinando badminton, posta uma mensagem de despedida no blog “Valeu pelos comentários, até a próxima, mas sou importante demais pra ficar escrevendo!” e fica postando feeds engraçadinhos no Facebook?
Juro que queria ter uma razão super fantástica para contar aqui agora. Tipo... sobrevivi uma catástrofe gigante, fiquei em coma esse tempo todo e só agora recuperei todos os meus movimentos do corpo (JAMAIS eu posso ficar paralítico pelo simples motivo de que a minha noção de espaço é uma das piores que eu conheci na minha vida. Andando eu já esbarro, chuto, piso em um monte de coisa – imagina equipado de uma roda de metal cheia de quinas super cortantes?!). Ou que a proximidade de 2011 me fez repensar nas minhas prioridades de vida e no que realmente eu busco dentro do meu “Eu interior” (tipows... eu dentro de mim mesmo, saca?), me fez enxergar que a vida é muito mais do que roupas, viagens e bens materiais e fez decidir largar a faculdade de Economia para viver num mosteiro budista no interior da Índia estudando os vedas e fazendo yoga mmslösmsstanga o dia inteiro (CLARO que isso jamais iria acontecer, porque no exato momento em que eu chegasse na Índia e visse todas aquelas confecções infétidas cheias de crianças filhas de prostitutas trabalhando sob regime semi-escravo, furando e cortando seus frágeis dedinhos para produzir fúteis peças de vestuário por quantias miseráveis....eu lembraria que laranja fica PÉSSIMO em mim, acabaria torrando todo o meu dinheirinho em fantásticas peças e quando uma criança viesse correndo clamando por piedade, eu chamaria o capataz para ela tirar ela de mim porque #1 eu não posso manchar minhas novas roupas de catarrinho e #2 elas precisam continuar realizando um trabalho tão importante, tão fantástico, que gera tanta felicidade na vida de tanta gente!). Ou que eu decidi escrever um livro corporativo de mega sucesso internacional (“Quem mexeu no meu cachecol da H&M?” ou “Pai bem-vestido, Pai cafona”?) e agora passo todo o meu tempo dando entrevistas na Você S&A (aka. Capricho de Executivo) falando em “estimular o capital humano” ou “buscar a sinergia de forças das diferentes competências e business cores da empresa”. Ou que virei comentarista de moda do GNT, atualmente comentando o São Paulo Fashion Week com um recém-adquirido sotaque fashion-tupiniquim (que vem a ser uma mistura do gauchês “Era camponesa/ferreiro na minha cidadezinha de colonização alemã/italiana quando o olheiro tarado me viu, me deu uns pega e me decidiu levar pra SP”, paulistanês “Eu falo gerÚNDIO todo o tempo e fa-lo as pa-la-vras super-merca-das por-que fica su-pe-R so-fis-ti-cado” e um leve toque de carioquês “Porqueám na Globoum só entra queim falám que néam a Fernanda Abreu, e ninguém vive de campanhãm da Carmim e Triton pro resto da vida nãum!), absurdamente discorrendo sobre aquelas lindas e super práticas peças mega originais (A-HAM!) de outono-inverno, completamente adaptáveis ao nosso clima temperado (quem falar que paulistano consome moda inverno e usa sobretudo em julho APANHA, porque toda vez que eu vou nessa cidade no inverno eu vejo a maior quantidade de gorro de poliéster e casaquinho de fleece com estampa da Disney do Hemisfério Sul!).
A verdade é que eu somente trabalhei horrores nesses últimos dois meses. Concentrei no trabalho. Reestruturei minha vida pessoai. Finalmente consegui um lugar para viver no médio prazo (o que para mim, depois do segundo semestre de 2009, significa uns 4, 5 meses? :D) com pessoas razoavelmente sãs e até simpáticas! :D Trabalhei mais um pouco. Fui a praia. Curti o verão carioca (e para ficar bem registrado: ainda continuo odiando o verão, odiando essa temperatura, odiando esse clima abafado e gente torrando a minha paciência falando “Ai, eu adoro o verão! Prefiro passar calor do que frio!”. Primeiro, eu ODEIO não conseguir dormir direito porque ainda sou um fudido e não tenho um ar-condicionado para recriar a Karélia no meu quartinho-sauninha, odeio essa sensação de estar suado o tempo inteiro, de pele suja e colando o tempo todo, como se ao invés de sabão eu tivesse passado Cola Pritt no corpo inteiro. Segundo, eu uso terno – no Rio de Janeiro – para ir trabalhar, e as duas cores que eu tenho disponíves são preto e preto risca-de-giz. E terceiro, toda pessoa que vem com essa frase imbecil sempre tem um ar-condicionado bem fortinho pra ligar de noite e seguramente não cresceu no bairro adjacente de BANGU, onde faz um calor do cão, e praia... RÁ, só lá depois de Jacarepaguá!). Li alguns livros. Escrevi alguns e-mails reclamando do calor infernal que faz no Rio de Janeiro e mostrando ponto-a-ponto para os meus amigos no Norte da Europa porque o inverno pode ser sim muito legal. Enfim, o normal. Nada demais.
Todo blogueiro acaba precisando de um pequeno período de distância para repensar no que escreve. Afinal, quem está aqui não é um jornalista que escreve on demand, mas somente um leigo que decide dividir suas experiências e impressões com o resto do mundo sob a forma de uma página na Internet. Algumas vezes temos muito a dizer, algumas vezes não temos absolutamente nada. Branco total na tela do Word. E sinceramente, o meu blog sempre foi o dos textos grandes, comentários dentro de comentários e uma análise um pouco particular sobre os assuntos. Não consigo fazer texto tipo “Fulaninho lançou tal Cd e eu achei isso e aquilo”. That is not me. Quem me lê espera mais. E produzir esse tipo de texto demanda tempo e inspiração, gente!
Enfim, obrigado pelos comentários de “Vamos atualizar? Obrigado.” (Ri muito quando li esse, confesso!) e estou de volta. Espero. Ou farei o meu melhor. Sinto saudades dessa coisa de parar em frente a uma tela branca e preenchê-la com palavras e pensamentos. Primeiro, eu acho super Carrie escrevendo sua coluna (Posso ver a camera chegando por trás de mim, minha voz falando “Once upon a time, in a steam-sauna called Rio de Janeiro...” e eu com cara de inteligente tomando um Haagen-Dazs tamanho “Panela de Refeitório de Escola Pública”). Segundo... é terapêutico. E terceiro, alguns leitores são como amigos, parte da minha vida, e que fazem falta.