domingo, 3 de janeiro de 2010

Tour Leste Europeu - de Praga a Budapeste


13.30h – Saindo de Praga meio contrariado: a cidade é linda, é barroca, é compacta. Apesar da mágoa de cabloca recém adquirida dos tchecos (feladaputas), a cidade ainda tinha muito a ser explorada, o nosso hostel era perfeito, comfortável e central, e Budapeste... sinceramente me parece menor em comparacao ao que Praga oferece. Mas claro: os heteros comandam a viagem, e provavelmente atraidos pela imagem de camponesas dos Urais em roupas minimas (como se vestiam as hungaras do Erasmus), eles desenvolveram um interesse incompreensível pela capital húngara. Saco.

15.10h – O tempo na auto-estrada é péssimo, com uma neblina espessa cobrindo tudo, e todo mundo ficando com fome porque saimos justamente na hora do almoco de Praga (porque para mim também é um grande mistério). Paramos num posto de gasolina na auto-estrada em busca de algo comestível, e comeca o drama. Drama porque? O que voce pediria no menu abaixo?

E nao, a atendente nao falava ingles. Nem alemao. E o meu russo é basico demais para menus tao complexos. E só podia confiar no meu guia de conversacao Europa para conseguir entender o menu, para daí partir para a calculadora e tentar ver se os precos significavam caro ou barato em euros, e poder pedir algo. Saudades de saladas e refeicoes leves: só tinha o menu obrigatório de salsichoes, batata cozida, batata frita, batata souté, batata caralho a quatro e uma galinha estranha. Desisto e parto para as coisas prontas: menor possibilidade de erro.
15.30h – Bate a culpa do viajante: Doritos e Coca Light eu posso comprar em qualquer Oasis furreco de qualquer estrada no Brasil. Estou viajando, preciso experimentar coisas novas, diferentes: quem sabe nao encontro uma coisa super legal e que só tenha na República Tcheca?

Opto entao por um sanduíche gelado, duas barras de um biscoito meio wafer recheado chamado Vlnky (nao parece uma palavra digitada por acidente no computador?) e Kofola, um refrigerante parecido com Coca-Cola, com a embalagem totalmente escrita em tcheco e esvolaco (ah, que bom: porque meu eslovaco é MUITO melhor do que o meu tcheco, sabe...).
15.35h – Me fudi: Kofola é... fola. É a pior coisa que eu tomei depois de Mineirinho e Convencao de Abacaxi - e olha que eu sou trash enough para sabores estranhos de refrigerante, do tipo que acha Fanta Uva, Cherry Coke e Coke Vanilla deliciosos. É ruim demais: tomo um gole e já enjoo – e a embalagem ainda é de um litro. :( Pelo menos o sanduíche estava aceitável e Vlnky era muito gostoso. God save Vlnky. E Kofola que se fola-se.
17.23h – Legal: Bratislava! A famosa Bratislava... (Para quem perguntar: "Mas famosa por que?", pode ter certeza: se voce tá lendo esse blog, Bratislava já fez MUITO parte da sua vida... ;) Ah Bratislava...).
Querem ver o que eu vi de Bratislava? Pois entao:

Pois é: diz que nao é igualzinho a Washington Luis na chegada do Rio, ou de Guarulhos chegando em SP pela Dutra? Saco.




18.02h – Our Lady of Gaga, DANKE! Mac Donalds!!!! Finalmente entender um menu (queridaum, tenta pedir um frango frito sem maionese em húngaro e ve se depois voce nao sai correndo de felicidade para o primeiro Mac Donalds que voce encontra), e principalmente: NAO PRECISAR BEBER MAIS KOFOLA (bebida dos infernos – como essa merda conseguiu ainda sobreviver a mudanca para o capitalismo?!).
18.05h – Gente, Hungria é muito moderna: INTERNET WIFI no Mac’s! Nem na Alemanha tem isso, táh? Perfeito: já posso atualizar o meu perfil para “Localidade: Budapeste”. Enfim, já saí com um tcheco (decepcionante), um húngaro (good) e dois poloneses (very very good) no Rio de Janeiro, mas caramba... to na Europa Oriental, néam. Preciso estimular as duas principais indústrias locais: vodka barata e homem com cara de campones dos Urais que mora MUUUUUUUUUITO longe. ;)

18.10h – Rs Chocolate quente em húngaro é... Forró Csoki! Mas perai: Fudeu! O menu é todo em húngaro! E húngaro é aquela coisa: junto com o finlandes faz parte do grupo fino-ugrico de idiomas, que em outras palavras significa “ninguém sabe que porra é essa, de onde veio e com que merda parece”. E hamburguer e cheeseburguer nao sao escritos assim em húngaro nao. Carajos... Vamos lá, Fernando: voce já enfrentou trocentas chopadas de Economia, separou briga de pitboy em churrasco de turma de faculdade. Joga o cachecol para trás, e carón!

18.20h – Ai... meio que tecnicamente me fudi. A atendente nao falava nada de ingles (mas pelo menos foi simpática: aprendam tchecos mal-educados!). Pedi algo que parecia um cheeseburguer com Coca-Cola, fritas e alguma coisa doce que eu nao faco a menor idéia do que seja. Recebi um Mac Lanche Feliz. Mico: pessoas me olhando na fila com cara de “Quem é esse louco?”. Mantive o carón e fui para a minha cadeirinha - a Coca já nao é Kofola, portanto já to no lucro.
18.45h – Perfil bombando com mensagens de húngaros. Gostei (tah, 95% só barango. Mas já é alguma coisa, néam?). Meus amigos heteros chocados com as fotos que alguns individuos me enviaram, e comecaram com aquela historinha “gays fazem sexo sem conexao real com a pessoa”. Refresquei na memória deles as vezes que eles visitaram a Reeperbahn em Hamburgo e a linda história e conexao suuuper intensa que eles tiveram com cada uma das prostitutas da regiao. Se calaram: saber dos podres dos amigos heteros pode ser taaao útil. :D
19.30h – Viajar de noite é uma das atividades mais sacais do mundo. Tá tudo escuro, frio, e com muita névoa. Subida para Petropólis, estradinha nos Pirineus e trilha para a montanha dos Gorilas em Uganda: tudo parece a mesma coisa nesse clima. E os dois casais estao de conchinha. Peitica de solteiro é fueda.
19.55h – Budapeste! Já deu para sacar que as cidades da Europa Oriental tem um padrao: sopinha de letras (batida no liquidificador com muita cachaca) nos nomes das ruas, bondinho dos tempos comunistas repintado em cor bem cafoninha, povinho emburrado mas até que bonitinho (mas tudo vestido no melhor estilo russo de vestir, o famoso Piranha-Versace: muita fenda, muito decote, muito brilho. E nada combinando com nada.), e cidades absolutamente deslumbrantes a margem de algum rio de nome dificil qualquer.
20.05h – Apesar de que Budapeste tem um plus a mais: essa porra de idioma é estranho pra caralho. To tentando ler as coisas e advinhar o que é... e nada. Pelo menos tcheco parecia com russo (lembrem do momento eu-fui-um-CDF do post passado: eu fiz um curso de russo de verao. Melhor custo-beneficio da minha vida: sai com tanto russo que ficava chocado porque eu sabia pronunciar duas ou tres coisas na lingua deles... Super recomendo: satisfacao garantidíssima. :D).

20.15h – Perdidos em Budapeste. E juro: estamos num lugar muito, mas muito favela. O lugar mais fudido que eu já estive na Europa (há que eu vou meter meu pé em subúrbio de cidade européia. Eu quero é manter a fantasia do welfare state europeu. Se gostasse de pobreza tinha ido estudar sociologia. Economista mau falando. Hmpf!). A rua mal tinha asfalto, e o ponto de onibus (reforco no onibus – na Europa, se a sua casa nao fica perto de uma estacao de metro, trem ou bonde elétrico... voce nao mora, voce se esconde.) mais próximo ficou umas 5 ruas pra trás.
Comentário americano-sem-nocao: “Cool... Tem um jardim na frente, dá para brincar um pouco, né?”.
Tá 2°C lá fora. Negativos.
Enquete do blog: enforco, mando o Mike Tyson fazer um fist fucking com os dois bracos ou... mando de volta para os EUA mesmo?
20.20h – Existem 3 ruas diferentes em Budapeste com o mesmo nome da rua que procuramos. Senhor é pai, o senhor é maior. Aquele buarco nao é o do nosso hostel!  Valeu por me tirar dessa!
20.40h – Ainda perdidos em Budapeste. Porque homem hetero tem essa mania de nunca parar para pedir informacao?
Mas... ninguém fala húngaro aqui. Enfim, quero arranjar motivo para reclamar. Nao aguento mais ficar sentado. :( Nao aguento mais ouvir o CD do David Ghetta over and over (parece com a minha imagem de pior pesadelo possível: eternamente numa boate tipo Mariuzinn. Com garotas usando Mercatto e achando que eu estou dando em cima delas quando esbarro nelas sem querer.). Nao aguento mais conversa de menino hetero tarado falando que quer ver as putas húngaras. :( Deeeeeeus: manda gramour para mim, manda gayness pra mim! Se eu ficar nesse carro mais um segundo eu vou acabar virando... hetero! Naaao!
21:50h – Quase uma hora e meio perdidos em Budapeste. Existem 3 ruas na cidade com o mesmo nome da rua que procuramos. Parece castigo.
22h – Legal. Parece que achamos finalmente o lugar do nosso hostel, e estamos seguindo para lá. Dizia no site “a 10 minutos do Centro”. :(
22.10h – Já passaram os 10 minutos. E estamos dentro de um parque florestal gigante que parece esta nos limtes de Budapeste.
22.15h- Continuamos no parque.
22.25h – Continuamos no parque. Porra de parque gigante: isso é o que? A floresta amazonica da Hungria, caralho? CADE A MERDA DO HOSTEL?

22.30h – AH NAAAAO! O hostel nao fica em Budapeste, mas Budakeszi!

7 comentários:

Alex Bez disse...

ainda não foi desse vez que eu ganhei na mega-sena, rsrs!
continuarei tentanto!
Estive em "Praha" em 2008, uma cidade linda, exótica e pessoas enigmáticas. Com toda certeza vc precisaria de uns 04 dias para ver uma boa parte da cidade. A parte mais engraçada é que os locais achavam q éramos italianos, rsrsr, será que era por conta de nossas roupas e estilo, ou por que estavamos sempre alegres, dando risada e parcialmente alcoolizados (pré-balada)???
abs

Brigth YounGAY Things disse...

Meu D'us!!!

Descobri seu blog hoje cedo e ao ler os dois posts mais recentes ja fui direto pra o primeiro de todos e comecei como que lendo um livro, desses que a gente não consegue largar. Após de algumas horas sem internet (manutenção em hora ingrata) voltei e continuei e o li inteiro!!!

Adorei seu diário de viagem, deu pra se informar, dar umas boas risadas e se emocionar tambem chorando um pouco.

Bom retorno ao Brasil!

Anônimo disse...

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Leonardo disse...

Olha o sucesso do blog fernando! tem até spam! hahahaha

Fernando disse...

@Alex: Acho que tcheco é burro demais para conseguir diferenciar latino um do outro. E depois ficam putos quando sao confundidos com russos... Hmpf (povinho escroto...).

Mas deve ser pelo jeito de se vestir. :) Italiano pode ser tudo, mas o resto da Europa é bem mais manguaça nesse quesito...

Fernando disse...

@Bright...: Brigado! Keep reading them! :)

Fernando disse...

@Leo: Testou o link? Era boa a coisa? rs