segunda-feira, 29 de março de 2010

Weltschmerz

Durante a minha varredura semanal de colunas e textos um pouco mais sérios (afinal, se os meus caríssimos professores de Economia me vissem lendo Sartorialist, Katylene ou Te dou um dado provavelmente me tacariam o "O Capital" na cabeca assim que entrasse pela porta da faculdade), ao entrar na página dos textos do Clóvis Rossi no site da Folha, me deparei com o excelente texto do dia 23/03 sobre a história dos judeus de Paris sob a ocupacao nazista. Lembrei na hora dessa foto que fiz em Paris, semana retrasada. Era um belíssimo dia de sol, eu estava em Paris, feliz e contente, caminhando para ir almocar em algum restaurante, quando me deparei com essa placa em frente a uma escola. Foi como um soco no estômago: uma coisa é ver filme de Hollywood sobre o tema, outra completamente diferente é ver um prédio e saber que ali estudaram criancas que foram deportadas e enviadas para a morte em campos de concentracao do outro lado da Europa.
Sensacao parecida eu sentia na Alemanha, quando passava por uma Stolpersteine. Lembro do meu primeiro dia de turismo em Hamburgo, todo feliz por finalmente estar na Europa depois de anos planejando, lindo dia de sol (frio do caralho), guia turístico numa mao, câmera fotográfica na outra. Perto da minha casa, vi uma dessas, e todo "Oh, que supresa! O que será isso?" parei para ler (imaginando ser qualquer intervencao artística de um alemao maluco). Eram as pedras indicando que toda uma família judia morava naquele edifício; a menor integrante sendo uma menininha de 4 anos. Todos presos, deportados e assassinados em Auschwitz, isso meses antes do final da Guerra.

A pergunta que fica na cabeca? Exatamente com a qual o Clóvis termina a sua coluna: Já nao houve horror demais, guetos demais, extermínio demais?

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