sábado, 10 de julho de 2010

Eu. Odeio. Economia.

Décima hora de estudo. Dois textos, dentre os quais um clássico da literatura econômica (= texto mal escrito pra caralho, do tipo que você gasta uma hora para entender um parágrafo que vai ser refutado no parágrafo seguinte), com seus mais importantes trechos marcados (eu funciono na base da memória visual, meus textos sempre ficam essa coisa technocolor. Mais viado, impossível, néam?) e devidamente fichados. A ponta do meu indicador da mão esquerda já criou um micro-calo. Uma garrafa de dois litros de Coca-Cola já se foi. Sem cigarros, porque estou na minha semana smoke-free (uma semana sim, uma semana não durante essa fase mais complicada da facu, para me dar pelo menos a ilusão de que eu não sou tão fumante assim...). Mau-humorado. Muito mau-humorado.

E eu só estudei menos de 40% do que eu tinha planejado estudar esse final de semana. :(

Próxima encarnação eu tenho que nascer lindo. Tipo modelo, saca? E somente ter a necessidade de inteligência mínima para ser bem sucedido na carreira, e mesmo assim ganhar milhões. E ficar falando português com sotaque paulistano afetado (mesmo que eu tenha nascido no interior do RS) e mencionando palavras em inglês como se não existissem equivalentes óbvios para elas em português (eu sei, eu faço isso, mas só na escrita, all right? Não fico falando "Ah, porque quando eu fui pra London... Quando eu morei na Germany..."). E daria mole para qualquer membro de família real de qualquer casa real européia (Liechtenstein seria o top na minha lista - país pequeno, família real milionária). Se não desse certo, óbvio que eu engravidaria de algum empresário multimilionário israelense ou colombiano (país mais exótico é melhor: as pensões são maiores e você sempre tem o bônus de virar uma personalidade local).

Ok, recreio acabou. De volta pro Keynes!

P.S.- Fotinho pros que acham que Economia é só número. Eu juro que odeio matemática. Mas hoje, daria tudo por uma boa lista de exercícios. Matemática é aquela coisa: não tem margem para compreensão subjetiva. Agora teoria econômica... (Pedido atendido: uma listinha de exercícios matemáticos já me espera, na verdade... :/)
P.S.2 - Que decadência literária esse blog vive, hein? Antigamente, relatos das minhas viagens e furadas ao redor da Europa, choques culturais, minhas percepções sobre culturas diferentes com que eu convivia. Hoje em dia? Estresse de sábado de noite estudando para uma prova na segunda. :/ Desculpa aí, leitores.

Update: Gente, muita emoção. Depois de desistir, retomar, desistir e retormar os textos, resolvi ir dormir e revisar tudo no ônibus antes de chegar na faculdade. Cinco minutos antes da prova, aquela conversinha cruel tipo "Qual o papel do capital hetero-intensivo na teoria walrasiana mesmo, hein?" (e você se desespera internamente, porque mal você lembra quem foi Walras, muito menos o que era direito essa porra de capital). Jogo nas mãos dos deuses econômicos o futuro da minha nota. Professora entrega a prova: múltipla escolha. Não, isso em Economia não é legal: numa matéria onde você lê trocentos autores, trocentos outros autores destruindo as teorias dos primeiros, trocentos outros autores montando teorias com base nos argumentos dos dois primeiros, fica que nem suruba grupal: difícil saber o que é de quem. Ainda mais quando você precisa de 9 para passar direto. Marco tudo com aquela sensação incômoda de não ter muita certeza de nada direito. Entrego a prova e pergunto quando é a final. A professora ri. Vou para o computador do laboratório da informática e fico lendo blog de moda (excelente para desintoxicar meu cérebro das reflexões econômicas). Quando saio do laboratório de informática, encontro o meu monitor (gatcheenho) sozinho na sala, corrigindo as nossas provas. Pondero se devo ir no tudo ou nada (Eu faço o que você QUISER para me passar!) ou ir no brother/cualé mesmo. Vou no cualé. A gente começa a conversar e ele manda "Ah, relaxa, você mandou super bem!". Ele me passa a minha prova. Eu acertei 14 de 16 questões. A segunda maior nota da turma. :D

Conclusão do dia: O crime A cola não compensa.

13 comentários:

Diego Rebouças disse...

Querido, a gente te gosta e te lê mesmo quando você está fichando as suas apostilas!

Eu, por exemplo. Sábado à noite e estou onde? no seu blog.

(Piadas sobre eu não ter mais o que fazer estão terminantemente proibidas!!!)

Hugo B. disse...

Relaxa gato, pensa que é apenas uma fase.
bjs!

Autor disse...

E pensar que eu quase fiz vestibular pra Economia (sim, a relação quantidade/vaga era menor e eu pensei seriamente nisso, but... acabei prestando pra merda de administração mesmo).
Mas durante o curso de Administração, as matérias de Economia também consumiram meus fins de semana estudando. E eu também odeio matématica e afins (juro que não consigo entender o uso prático de derivadas e integrais na vida cotidiana, apesar de todo mundo dizer que são imprescindíveis, blergh!).
Mas, graças ao bom Deus, já me formei tem um tempinho e isso é coisa do passado. No máximo, hj em dia, me preocupo em escrever uma monografia coerente pra pós, hahaha
Adorei a visita.
Bjão
leco_faria@hotmail.com

Lobo disse...

Também tenho dessa, de memória visual. Eu não decoro a informação em si, mas sim a forma das páginas do meu caderno, e onde cada informação estava localizada hahaha

Onde me inscrevo no clube do "eu odeio matemática"? XD

Alex Bez disse...

saudade de postar aqui no seu blog!!! e ai Fernando, td certo?
Ficamos em SP no feriado, a cidade parcialmente vazia e tempo de sobra para descansar e reencontrar amigos q andavam sumidos...

Bom, posso falar por mim, adoro as "loucuras" q vc escreve no blog, relaxa, me divirto horrores lendo as suas estripulias, sejam em Paris, Hamburg ou no campus da UFRJ.
Fico mais "chateado" com as suas pausas muito longas nas atualizações do blog, rsrs, continuarei assíduo. I swear!

Abs,

Anônimo disse...

Leleco_RJ: Os posts estão maravilhosos! Estou me identificando muito, pensei que essas coisas só aconteciam comigo. bjuuu

Don Diego De La Vega disse...

Eu sinceramente acho q vc não tem porra nenhuma a ver com economia.

Acho vc tão livre, tão fashion, tão ligado nesse universo, em viagens, exterior, etc...

Acho q vc seria mais feliz trabalhando com moda. Não?

O+* disse...

E ficou tudo lindinho, bem colorido...vai tirar notão!!

Autor disse...

Voltei pra ler o Update, hehehe.
O cara é foda!

carla_curty disse...

agora que li o update...hahah vou ter que contar para o monitor que você o acha gatcheenho hahahahahahahah

railer disse...

matemática é algo sensacional. o ruim são uns professores que existem por aí e acabam traumatizando alunos.

Don Diego De La Vega disse...

Adorei o "eu faço o q vc QUISER pra me passar" :)

E os estágios?

Fernando disse...

Autor: Pior é perceber a inutilidade de Cálculo para as matérias posteriores no PRÓPRIO curso de Economia. Tipo, se entregassem uma lista com "Integrando à zero / Derivando à zero", daria na MESMA.

Carla: Honey, meu CR pode ser baixíssimo, mas tem certeza que você quer chantagear o doutor em Chantagem emocional que vos fala? ;) Cuidado, hein...

Don Diego: Eu tenho os meus dilemas com Economia... mas acho legal essa coisa multidisciplinar que existe nessa área. Fiz Economia porque queria continuar estudando geografia, história, aprofundar em ciências sociais... e ao mesmo tempo trabalhar com algo que não envolvesse diretamente dar aulas (eca, odeio escola!). Até adoraria trabalhar com moda, ou pelo menos com algo na área de tendências, consultoria... mas o mercado acaba sendo bem restrito por isso aqui, néam?

Railer: Cara, nem se fosse o Pattinson pelado me ensinando a derivar eu conseguiria achar matemática algo legal. Toda vez que eu estou com a cara enfiado naquelas equações eu penso no mundo de coisas mais práticas/reais que eu poderia estar estudando/conhecendo enquanto eu estou com a cara enfiada naquilo.