terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lisboa: Dia Quatro, Sábado

Como a noite na Lux foi ótima, acabei acordando no sábado somente as 11h (minha filosofia de férias: conhecer a cidade é importante, mas dormir bem é mister!), portanto os meus planos para conhecer Sintra... ficaram para uma próxima viagem a Portugal. Resolvi entao ir somente ao Parque das Nacoes, a regiao de Lisboa que foi reconstruída para a Expo 1998 (Cais do Porto do Rio - watch and learn!).

No metro para a Estacao Oriente
A regiao do Parque das Nacoes era até os 1990 uma regiao predominantemente industrial da regiao oriental de Lisboa, e como eu disse acima, foi totalmente reconstruída para a Expo de 1998. O resultado é simplesmente fenomenal - como eu também disse num post anterior, eu sou um grande fa de arquitetura moderna, mas sei que vários projetos excelentes acabam se tornando elefantes brancos por nao levarem em conta como eles serao integrados ao que já existe e as necessidades reais da cidade. O exemplo do Parque das Nacoes é um exemplo a ser seguido: a regiao - somente com excelentes prédios de arquitetura contemporanea - faz um contraponto perfeito a tradicao arquitetonica da regiao central de Lisboa. Extensas áreas verdes a margem do rio Tejo, prédios espacosos, modernos e funcionais, e ao fundo de tudo isso, a linda Ponte Vasco da Gama. Tudo isso sendo efetivamente utilizado pelos lisboetas. Definitvamente um exemplo para seguirmos na hora de reconstruirmos a regiao do cais do porto do Rio.

O tempo nao estava dos melhores (na verdade, um céu de nuvens bem escuras), mas mesmo assim resolvi desafiar o meu famoso medo de altura e entrei no teleférico. Um passeio bem digno, por um preco bem razoável, que provavelmente num dia de sol deve ser ainda mais fantástico.

E o teleférico tremia...
Depois do teleférico, andei um pouco pelos jardins do Parque, e quando resolveu chover de vez, resolvi entrar no shopping Vasco da Gama e fazer um pouco de terapia capitalista (compras). Na verdade, acabei nem comprando nada - uma das maiores surpresas foi constatar que os precos das lojas de Lisboa nao eram nem tao menores assim em comparacao com os precos de Hamburgo (uma cidade com fama de cara para os padroes alemaes - Berlim sim seria uma cidade bem mais barata). Alemanha barata demais mesmo, ou os efeitos do euro se deram com toda a forca em Portugal? Nao sei responder, mas acabei decidindo nem levar os livros que tanto pensei em levar - títulos que na Alemanha saem por 5€ estavam sendo vendidos em Lisboa por quase 15€.

Depois do shopping, resolvi voltar e conhecer melhor a Estacao Oriente. Eu amo arquitetura moderna, mas eu amo mais Santiago Calatrava. A imaginacao desse cara parece nao ter limites - ele e Zaha Hadid parecem ter um estoque sem fim de solucoes e idéias para provocar uma reacao de "Nooooossa" das pessoas que utilizam os prédios construídos por eles. Acima é o hall de entrada da estacao para quem ver do shopping Vasco da Gama, e abaixo, a cobertura das plataformas de embarque e desembarque dos trens. Uma das impressoes mais marcantes para mim em Lisboa é que os portugueses sabem construir prédios modernos e de bom gosto - nada de Barra da Tijuca, mas construcoes que realmente se integram a cidade e que ficam claro que sao atemporais.

Eu tinha que ir da Estacao Oriente para o Centro, e assim que vi o Alfa Pendular (o TGV da terrinha) chegando na estacao em direcao a Estacao Apolonia... resolvi que valia o risco (afinal, quem vai me fiscalizar num trem vindo do Porto, nos cinco minutos finais de uma viagem?!) e fui ver como o trem era. Me pareceu bastante justo, chegou aos 150km/h no pequeno trecho entre as duas estacoes, e pronto: posso falar que andei de Alfa Pendular. :D

Voltei a cidade para tentar tirar algumas últimas fotos, dos lugares que eu mais gostei, e também andar um pouco para me despedir da cidade a luz do dia. Foto do café A Brasileira e da estátua do Fernando Pessoa (acredita que eu nao sentei na cadeirinha e pedi para alguem tirar a foto para mim? Ia ser a foto perfeita: Fernando e Fernando!), um pouco da praca Luís de Camoes...

Policiais tugas: me prende, vai... :D
De lá desci para o Chiado mais uma vez, as ruas cheias (europeu adora um retail therapy aos sábados), encontrei a famosa livraria Bertrand (todo mundo que estudou em federal já teve ou terá alguma bibliografia dessa famosa livraria - na verdade, nada demais, uma loja parecida com uma Siciliano ou Saraiva qualquer -e mais uma vez, precos nao muito convidativos).

Livraria Bertrand: origem de todos aqueles textos que temos que ler 3 vezes para entender

Fernando Pessoa meets The Godfather? :)
Tinha andado tanto, mas tanto... que na hora que eu vi a fila quilométrica para subir em um dos famosos elevadores, eu desisti na hora - nao queria ficar naquela fila gigante para escutar brasileiro falar "AmoRRR, olha: igual ao elevador Lacerda, né?!". E ai pensei com os meus botoes: o que é viajar? É conhecer novos lugares, e se apaixonar por eles. E se eu já tinha me apaixonado por uma coisa e um lugar especial, porque nao cruzar a cidade inteira e ir fazer algo para me lembrar para sempre?

Pastéis de Belém em Belém...
Sim, eu voltei a Belém, e terminei o dia com mais pastéis de Belém. :) E voilá: mais um dia perfeito. :)

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